Renan deve incluir EBC como disseminadora de fake news sobre pandemia em relatório final da CPI da Covid
Censura, orientação a favor do governo durante a pandemia, perseguição a jornalistas e muito mais coisas são relatadas em dossiê preparado por entidades representativas dos trabalhadores e a Frente em Defesa da EBC e da Comunicação pública que foi enviado à CPI da Covid
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247 - Relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) quer incluir a estatal de comunicação, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) - responsável pela Agência Brasil, a TV Brasil, etc. -, em seu parecer final com base em um dossiê que aponta que emissoras de rádio e TV do conglomerado foram usadas pelo governo Jair Bolsonaro para difundir mentiras e negacionismo sobre pandemia da Covid-19, informa o jornal O Globo.
O dossiê foi preparado por entidades representativas dos trabalhadores e a Frente em Defesa da EBC e da Comunicação pública, foi entregue aos senadores em agosto e relata pressão interna para que os jornalistas não publicassem reportagens que contrariassem a opinião de Bolsonaro.
A EBC, por exemplo, foi impedida de publicar nas redes socais em janeiro a vacinação da enfermeira Mônica Calazans, a primeira pessoa a receber a imunização contra a Covid-19 no Brasil, através de vacina importada pelo Instituto Butantan que serviu como propaganda para o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), desafeto de Bolsonaro.
Buscando negar o aumento da pandemia após determinado refluxo, a EBC teria banido por um período o termo "segunda onda", apesar do alerta de cientistas. Da mesma forma, a empresa estatal teria tido a orientação para que os noticiários destacassem o "placar da vida", em contraposição ao grande número de óbitos registrados no Brasil.
De acordo com o documento, além de censura no geral, teria ocorrido até mesmo “censura até das próprias declarações do presidente Jair Bolsonaro, numa lógica de proteger o presidente dele mesmo. Um exemplo foi o 'e daí?' ao se referir aos primeiros 5 mil mortos pela Covid-19".
É relatado também uma perseguição a jornalistas que confrontaram a orientação dos chefes.
Infelizmente, a EBC tem servido como órgão defensor do governo vigente. Isso foi possibilitado após a profunda destruição promovida pelo governo de Michel Temer, que assumiu diante do golpe contra a presidente eleita Dilma Rousseff (PT) em 2016.
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