Renan Calheiros: Bolsonaro sofre de "uma falta de memória muito grande"

Após declaração do presidente de que "não tem como saber tudo o que acontece nos ministérios", relator da CPI da Covid ironiza fala de Bolsonaro. Para Calheiros, as investigações precisam de mais tempo diante do escândalo da compra da Covaxin

Randolfe Rodrigues, Omar Aziz e Renan Calheiros
Randolfe Rodrigues, Omar Aziz e Renan Calheiros (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)


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Sputnik - Na segunda-feira (28), após declaração do presidente, Jair Bolsonaro, dizendo que 'não tem como saber tudo que acontece nos ministérios', o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), debochou da fala do presidente dizendo que ele "sofre de falta de memória muito grande", segundo o UOL.

"O presidente da República está com uma falta de memória muito grande, porque hoje ele falou que não sabia nada do que acontecia nos ministérios e não fez referência à conversa com o deputado Luis Claudio Miranda [DEM-DF] e com seu irmão, Luis Ricardo, no dia 20 de março. Seria o caso de mostrar para ele esse calendário", disse o relator.

Calheiros ainda complementou que o presidente deveria "dizer alguma coisa convincente" ao invés de se calar sobre a conversa que teve com os irmãos Miranda, segundo a mídia.

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Em meio ao escândalo da compra de vacinas supostamente superfaturadas Covaxin, Bolsonaro disse ontem (28), que não tem como saber tudo que acontece e que "apenas confia nos ministros e vai", conforme noticiado.

"Eu recebo todo mundo. Ele que apresentou, eu nem sabia da questão, de como estava a Covaxin, porque são 22 ministérios. Só o ministério do Rogério Marinho [Desenvolvimento Regional], tem mais de 20 mil obras. Então, eu não tenho como saber o que acontece nos ministérios. Vou na confiança em cima de ministros e nada fizemos de errado", declarou Bolsonaro.

Quando diz "ele que apresentou", o presidente se referia ao deputado federal Luis Claudio Miranda (DEM-DF), que disse em depoimento à CPI da Covid que alertou pessoalmente Bolsonaro sobre irregularidades na compra do imunizante indiano.

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Prorrogação da CPI

Na mesma declaração, Calheiros pediu a prorrogação dos trabalhos da CPI em 90 dias, dizendo que as investigações estão sofrendo "obstruções grandes" e que, ao que tudo indica, um caso de corrupção em torno da compra das vacinas está se desenhando, o que necessitaria mais tempo para apurações.

"[Este momento] trata da investigação do desvio de dinheiro público, com o aparecimento de escândalos e esquemas que parecem grandiosos desde já. Nós temos problemas com a Covaxin, temos problemas com a [vacina] CanSino e vamos ter outros problemas, porque muitas pessoas estão querendo falar à CPI", disse o senador.

Na sexta-feira (25), o relator e alguns outros membros da CPI acusaram o Ministério da Saúde e o ministro, Marcelo Queiroga, de dificultarem o acesso a informações para realização de investigações mais rápidas e profundas sobre compra de vacinas contra a Covid-19.

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