Randolfe Rodrigues: toda a cadeia de comando do Ministério da Saúde teve contato com a fraude

"Pode inclusive ter sido encaminhado um processo de aquisição por um golpe paralelo, uma ação de golpe paralela à que estava ocorrendo", disse o vice-presidente da CPI sobre a ONG presidida pelo reverendo Amilton Gomes, que utilizou o Instituto Força Brasil como “intermediário” para chegar ao alto escalão do Ministério da Saúde

(Foto: Agência Senado)


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247 com Agência Senado - O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), alertou para uma rede paralela de comércio de vacinas no Ministério da Saúde, com após questionamentos ao vendedor Cristiano Carvalho, representante da empresa Davati no Brasil.

Em depoimento à CPI, Cristiano Carvalho disse que a Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), ONG presidida pelo reverendo Amilton Gomes, utilizou o Instituto Força Brasil como “intermediário” para chegar ao alto escalão do Ministério da Saúde. "O Instituto Força Brasil foi o braço que a Senah utilizou para chegar frente a frente com Élcio Franco", afirmou Cristiano.

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"O que o senhor Cristiano traz aqui é gravíssimo. Toda cadeia de comando do Ministério da Saúde teve contato com esta fraude. Pode inclusive ter sido encaminhado um processo de aquisição por um golpe paralelo, uma ação de golpe paralela à que estava ocorrendo. Mais do que isso, as duas intermediadoras, Semar e Instituto Força Brasil tiveram contato direto com a base de apoio do governo Bolsonaro", afirmou Randolfe Rodrigues.  Segundo Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o Instituto Força Brasil patrocina redes que divulgam fake news sobre o enfrentamento à pandemia.

Cristiano Carvalho relatou também à CPI que, no dia 12 de março, quando esteve no Ministério da Saúde, comunicou ao então secretário-executivo Elcio Franco que já vinha negociando as vacinas com o  então diretor do Departamento de Logística, Roberto Dias. Entretanto, Franco, que era a maior autoridade da pasta depois do ministro Eduardo Pazuello, desconhecia tal fato, disse Carvalho.

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Após questionamentos de Humberto Costa (PT-PE), Cristiano Carvalho informou que outra oferta de compra de vacinas por meio da Davati foi registrada em 9 de março diretamente ao então ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Segundo o vendedor, o processo foi registrado no ministério por um representante chamado Júlio Adriano Caron, coincidindo com o mesmo período em que Cristiano e Dominguetti tentavam vender 400 milhões de doses da AstraZeneca à pasta.

Cristiano Carvalho apontou o tenente-coronel Marcelo Blanco, ex-diretor-substituto de Logística do Ministério da Saúde, como elo importante entre a Davati e a pasta. Ele disse que Blanco teria continuado a exercer influência sobre o diretor de Logística, Roberto Dias, mesmo depois de deixar o cargo, como um "assessor oficioso". Segundo Carvalho, Blanco chegou a ele no dia 1º de março e se apresentou como um funcionário "recentemente exonerado" da Saúde que teria passado a trabalhar como representante de vendas de insumos hospitalares, com negócios no Ministério.

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Carvalho disse que não chegou a acertar com Blanco nenhum valor de comissionamento pela venda de vacinas à Saúde, mas informou ao tenente-coronel que a empresa ficaria com 20 centavos de dólar por dose de vacina. Munido dessa informação, Blanco teria respondido que levaria o assunto a Roberto Dias.

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