Randolfe: Bolsonaro foi negligente na compra de vacinas
"São, no mínimo, 18 milhões de doses que teriam vindo ao país. Quantos nós não poderíamos ter salvo, não poderiam estar conosco?", afirmou o senador Randolfe Rodrigues após revelações do gerente da Pfizer Carlos Murillo à CPI da Covid
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247 - O senador Randolfe Rodrigues (Rede), que integra a CPI da Covid, disse, nesta quinta-feira, 13, à CNN, que o governo Jair Bolsonaro "foi, no mínimo, negligente na compra de vacinas" após revelações do gerente da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, ao Senado.
"São, no mínimo, 18 milhões de doses que teriam vindo ao país. Quantos nós não poderíamos ter salvo, não poderiam estar conosco?", afirmou o senador.
"A omissão para adquirir as vacinas ou imunizantes pode ser caracterizada como negligência, como estratégia errada, no mínimo, no enfrentamento da pandemia, por acreditar que era mais eficiente cloroquina do que vacina", criticou.
Pfizer diz que Bolsonaro recusou seis propostas para comprar vacinas
Carlos Murillo, gerente-geral da Pfizer na América Latina, afirmou em seu depoimento à CPI da Covid, nesta quinta-feira, 13, que o governo Jair Bolsonaro recusou seis propostas formais para a compra de vacinas contra a Covid-19 feitas pela farmacêutica e não três como havia sido divulgado pela mídia.
Com isso, subiu de 11 para 14 o número de vezes que o governo ignorou a possibilidade de adquirir imunizantes contra a doença, sendo seis da Pfizer, seis do Instituto Butantan e duas da Covax Facility.
Os documentos detalhando o fornecimento das doses que poderiam ser fornecidas ao país foram enviados pela Pfizer nos dias 14, 18 e 26 de agosto e em 11 e 24 de novembro do ano passado, além do último dia 15 de fevereiro.
Em seu depoimento, Murillo também destacou que entre maio e dezembro do ano passado não conversou sobre o fornecimento de vacinas contra a Covid-19 com nenhum ministro do governo Jair Bolsonaro.
Questionado pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) se havia dialogado com algum ministro, Murillo disse que manteve conversa com o ministro da Economia, Paulo Guedes, em apenas duas oportunidades e que nos demais encontros com representantes do governo as tratativas foram feitas com representantes das equipes técnicas. Ainda segundo ele, as conversas com Guedes teriam se dado em torno do quantitativo de doses que poderiam ser disponibilizadas.
Mais cedo, o executivo já havia revelado que o governo de Jair Bolsonaro rejeitou três ofertas de 70 milhões de doses da vacina Pfizer/BioNTech.
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