Presidente da Anvisa critica Bolsonaro e diverge sobre máscara, vacina e aglomeração: "A conduta do presidente difere da minha"

"Eu penso que a população não deva se orientar por condutas dessa maneira. Ela deve se orientar principalmente pelo que está sendo preconizado pelos órgãos da linha de frente no enfrentamento da doença", disse Antonio Barra Torres, em depoimento na CPI da Covid

Antonio Barra Torres
Antonio Barra Torres (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)


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247 - Em depoimento na CPI da Covid no Senado nesta terça-feira (11), o presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antonio Barra Torres, afirmou que as falas de Jair Bolsonaro contra a vacina não refletem a posição da agência. 

"Discordar de vacinas não guarda uma razoabilidade histórica", disse. "Eu penso que a população não deva se orientar por condutas dessa maneira. Ela deve se orientar principalmente pelo que está sendo preconizado pelos órgãos da linha de frente no enfrentamento da doença".

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 Sobre o comportamento de Bolsonaro em relação às vacinas, Barra Torres disse que este "vai contra tudo o que temos preconizado em todas as manifestações públicas. Entendemos que a política de vacinação é essencial". 

O presidente da Anvisa negou que tenha sido pressionado pelo governo federal em relação à liberação ou proibição de vacinas contra a Covid-19.

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Manifestação sem máscara

Questionado sobre sua presença em uma manifestação ocorrida em março de 2020, onde foi flagrado sem máscara com Bolsonaro, Barra Torres se mostrou arrependido: "Estive no Planalto com o presidente naquele dia, havia uma manifestação e quando cheguei ele foi até perto dos apoiadores. Aguardei a interação, tratamos do que tinha que tratar. Hoje, tenho a consciência de que se eu tivesse pensado mais cinco minutos, não teria feito até porque não era um assunto que precisasse de urgência para ser tratado. Não refleti na questão da imagem negativa. Depois disso, nunca mais houve esse tipo de comportamento meu."

"A conduta do presidente difere da minha. As manifestações que faço são todas no sentido do que a ciência determina. Naquela época, o que preconizava o Ministério era o uso de máscaras usadas por profissionais de saúde, entre outros grupos. Não havia consenso sobre uso de máscara pela população", completou.

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