‘Parece que o Elcio Franco mandava mais que o Pazuello no Ministério da Saúde’, diz Humberto Costa

O senador, membro da CPI da Covid, falou à TV 247 sobre a participação de diversos militares nos possíveis esquemas de corrupção dentro da pasta. Assista

Humberto Costa, Eduardo Pazuello e Elcio Franco
Humberto Costa, Eduardo Pazuello e Elcio Franco (Foto: Agência Senado)


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247 - O ex-ministro e senador Humberto Costa (PT-PE), membro do chamado “G7” da CPI da Covid (grupo de oposição ao governo), falou à TV 247 sobre a ampla participação de militares nos possíveis esquemas de corrupção na compra de vacinas contra Covid-19 pelo Ministério da Saúde.

Para ele, a participação destes oficiais não atinge as Forças Armadas enquanto instituição. O parlamentar disse ser “esperada” a existência de “pessoas más” em qualquer órgão. “Isso é uma coisa absolutamente esperada, do meu ponto de vista. Não existe nenhuma instituição humana, nenhuma associação formada por seres humanos em que nós não tenhamos pessoas boas e pessoas más. Essa ideia de qualquer instituição imaculada é uma ideia profundamente equivocada. Isso vale também para os militares”.

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Costa ainda ressaltou que não foi a CPI da Covid que tomou a iniciativa de investigar militares. A comissão, segundo ele, passou a receber, por meio dos depoimentos, denúncias da participação dos membros das Forças Armadas em negócios obscuros. Ser militar, segundo o ex-ministro, não garante impunidade e, portanto, as investigações precisam ser feitas. 

“É como se a gente tivesse um saco da corrupção e dali, quando a gente vai colocando a mão dentro e tirando uma pedra, vem um coronel, puxa e vem um tenente, puxa e vem não sei quem. O que nós podemos fazer? Na verdade, essas pessoas, mesmo sendo da ativa, no momento em que elas assumiram funções civis, elas estão sujeitas às mesmas regras e controles que aqueles que assumem funções civis sem serem militares. Não há como nós ignorarmos atos que sejam cometidos por essas pessoas e que sejam ilícitos”.

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Elcio Franco

O nome do ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde e coronel da reserva Elcio Franco tem sido cada vez mais mencionado na CPI. Segundo relatos, era ele quem dava o veredito sobre a compra de imunizantes contra a Covid-19.

Perguntado sobre uma reconvocação do coronel, o senador respondeu: “a possibilidade dele ser chamado é total”. Ele ponderou, no entanto, que “é estratégico marcar essa nova data quando tivermos mais elementos para a inquirição”

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Na avaliação do petista, os depoimentos colhidos pela CPI dão a sensação de que Elcio Franco, enquanto secretário-executivo, tinha mais poder de decisão dentro da pasta do que o próprio ministro, Eduardo Pazuello. 

Roberto Dias disse com todas as letras que qualquer negociação e decisão sobre vacina estava sob a responsabilidade do coronel Elcio Franco. A senhora que esteve aqui representando a Precisa nesse caso da Covaxin disse a mesma coisa, que era o coronel Elcio Franco que tinha a responsabilidade de fazer a negociação e que foi ele quem tocou essa negociação com a Covaxin. E o depoente Cristiano Carvalho também foi muito enfático ao dizer que a última palavra nesse processo todo era do senhor Elcio Franco. Então ele realmente é uma figura-chave. Parece até que ele tinha mais poder, mandava mais no ministério do que o próprio ministro Eduardo Pazuello”.

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