Nise Yamaguchi nega acusação de presidente da Anvisa sobre mudança em bula da cloroquina

A médica Nise Yamaguchi foi acusada pelo presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, de defender mudança na bula da cloroquina como um dos medicamentos para ser usado contra a Covid-19. Ela negou e disse estar à disposição de depor na CPI da Covid caso seja convocada

Nise Yamaguchi
Nise Yamaguchi (Foto: Reprodução)


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247 - Em nota enviada à coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo, a médica Nise Yamaguchi negou as acusações do presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, que a acusou de ter apoiado mudança da bula da cloroquina para que o remédio pudesse ser usado no tratamento da Covid-19.

"Em relação à declaração do presidente da Anvisa hoje à CPI da Covid-19, o exmo. Dr. Almirante Barra Torres, esta não representa a realidade", afirmou em nota.

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A médica foi chamada por três senadores para depor na CPI da Covid, no Senado Federal. Em nota, ela afirmou estar à disposição caso seja convocada.

"Já existem evidências científicas comprovadas para o uso de medicações que possam auxiliar no combate às fases iniciais da Covid-19 e, caso seja convocada, estarei à disposição da CPI da Covid-19 para esclarecimentos”, declarou.

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Barra Torres confirmou que o Palácio do Planalto tinha uma minuta sugerindo a inclusão da cloroquina como um dos medicamentos para ser usado contra a Covid-19. Em sua fala, Torres afirmou que a médica Nise Yamaguchi foi a principal entusiasta do uso do remédio, sem eficácia comprovada pela comunidade científica.

O dirigente afirmou que a médica estava "mobilizada" pela mudança da bula. "Aquilo me provocou uma reação deseducada. Falei que não poderia acontecer. Isso não tem cabimento. Só que pode modificar a bula é a agência reguladora do País, mas desde que solicitado pelo laboratório depois de estudos clínicos”, disse.

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"Na minha visão não está contemplada essa medicação. (Minha avaliação) contempla testagem e diagnóstico precoce", disse ele, que negou defender o tratamento precoce contra a Covid-19. 

O dirigente afirmou que houve uma reunião com Braga Neto, quando o general era ministro da Casa Civil - atualmente está na Defesa -, com Luzi Henrique Mandetta (então Ministro da Saúde), Nise Yamaguchi (médica defensora da cloroquina) e outro mais um médico, cujo nome não se recorda.

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Em referência à cloroquina, o presidente da Anvisa afirmou que "existe um estudo em aberto, que avalia dados de uso em casos leves, com previsão para acabar em dezembro". "Estudos apontam a não eficácia comprovada", acrescentou.

Em depoimento na CPI da Covid no Senado, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta havia dito que a ordem referente ao uso de hidroxicloroquina no tratamento precoce contra a Covid-19 não partiu da pasta. "Havia um papel não timbrado com informações sugerindo que se mudasse a bula da cloroquina na Anvisa e o próprio presidente Barra Torres que disse ‘isso não’. Alguém botou aquilo em formato de decreto", disse.

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