Não faltam mais testemunhos para contar a história do genocídio brasileiro, diz sociólogo sobre CPI
Professor de Sociologia da UFRJ Michel Gherman destaca o “importantíssimo testemunho na historiografia dos genocídios” na sessão desta segunda-feira (18) na CPI
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247 - O professor de Sociologia da UFRJ Michel Gherman chamou de “historiografia dos genocídios” a sequência de relatos de familiares de vítimas da Covid-19 durante a sessão desta segunda-feira (18) na CPI do Senado. Os senadores se emocionaram com os relatos dos depoentes.
“Importantíssimo o testemunho na historiografia dos Genocídios. Se faltavam testemunhos pra contar a história do Genocídio brasileiro, não falta mais. Quem ainda se incomoda com as comparações entre Bolsonaro e o nazismo, não entendeu nada. Ou.... entendeu”, escreveu Gherman no Twitter.
Em um dos relatos, a jovem Katia Shirlene Castilho dos Santos contou que perdeu os pais que estavam internados na Prevent Senior. “Fiz do meu luto uma luta. Prometi a mim mesmo que não ia me calar”, disse. “Quando perdi meus pais era como se estivesse num buraco, me sentia só, em lugar vazio”, emendou. “Ninguém me ouvia. Quando criaram a CPI me aliviou”, afirmou ainda.
Giovanna Gomes Mendes da Silva, de 19 anos, também perdeu os pais e contou ter tido que assumir a responsabilidade pela irmã mais nova. Ela fez um apelo para que todos tomem vacina. “Não tive nem oportunidade de chorar a morte da minha mãe. Meu pai passou 13 dias internados e veio a óbito também”.
O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), comentou: “A tua responsabilidade com 19 anos de dar educação e criar irmã de dez. Você ainda nem amadureceu para ser mãe mas já se tornou mãe porque a vida lhe impõe isso, nos deixa comovidos e indignados”. O relato de Giovana emocionou até o intérprete de Libras.
“Minha dor não é mimimi", disse o taxista Marcio Antônio do Nascimento, que perdeu o filho Hugo para a Covid e recolocou cruzes derrubadas por bolsonaristas em Copacabana, no Rio de Janeiro.
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