Na mira da CPI, Prevent Senior sofre crise de imagem e por custos elevados em tratamentos de alta complexidade
"Podiam ter investido mais em alta complexidade porque não falta dinheiro para eles, mas ao mesmo tempo não tinham expertise para colocar isso em prática e no meio da pandemia não é simples", disse uma fonte ao jornal Valor Econômico
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247 - Na mira da CPI da Covid, a Prevent Senior, operadora de saúde voltada para idosos, enfrenta uma grave crise de imagem relacionada ao uso de medicamentos sem eficácia científica comprovada no tratamento da Covid-19, além dos altos custos dos tratamentos de alta complexidade. De acordo com reportagem do jornal Valor Econômico, a Prevent registrou cerca de 4 mil mortes de um total de 18 mil pacientes internados com a doença.
“Não é verdade. Temos vários exemplos de alta complexidade. Iniciamos cirurgia robótica para operar inflamações da próstata, por exemplo. Somos uma das primeiras operadoras a usar tecnologia de radioterapia intraoperatória para mulheres com câncer de mama, o que evita sessões de radioterapia posteriores. Fizemos investimentos em ablação por radiofrequência para cânceres de rins e fígado. Isso tudo fora do rol da ANS. São investimentos de mais de R$ 400 milhões, para tratamentos a que pessoas comuns, da maioria dos planos de saúde, não teriam acesso”, disse o presidente da Prevent Senior Fernando Parrillo.
O uso de drogas sem eficácia no tratamento da doença, porém, é explicado economicamente pelo baixo custo de remédios, como a cloroquina ou hidroxicloroquina. Um outro fator, segundo reportagem, porém, está na “crença cega em torno da eficácia do medicamento”. A própria mãe dos fundadores da operadora - Fernando Parillo e seu irmão Eduardo Parillo - foi tratada com hidroxicloroquina, medicamento defendido pelo presidente Jair Bolsonaro, e seus apoiadores, como sendo capaz de evitar a covid ou curar quem é contaminado, ressalta o jornal.
Uma fonte ouvida pela reportagem apontou que a situação foi fruto de “uma combinação de decisões erradas. Podiam ter investido mais em alta complexidade porque não falta dinheiro para eles, mas ao mesmo tempo não tinham expertise para colocar isso em prática e no meio da pandemia não é simples. Isso associado à cloroquina, que todos usaram no começo porque não havia conhecimento, mas eles continuaram, mudaram CID, obrigaram médicos a prescrever, mandavam para casa do paciente”.
A empresa se aproximou do governo Jair Bolsonaro logo no início da pandemia, após o então ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta criticar o alto número de mortes em seus hospitais. Parrillo, porém, nega esta aproximação.
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