Mensagens obtidas pela CPI revelam que diretor da Precisa enviou 'passo a passo' a lobista para destravar negociação
Diretor institucional da Precisa Medicamentos, Danilo Trento, enviou ao lobista Marconny Nunes Ribeiro Albernaz de Faria um “passo a passo” para destravar o processo de compra de 12 milhões de kits de reagentes para exames e testes de Covid-19 pelo Ministério da Saúde
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247 - Mensagens em poder da CPI da Covid revelam que o diretor institucional da Precisa Medicamentos, Danilo Trento, enviou ao lobista Marconny Nunes Ribeiro Albernaz de Faria uma espécie de “passo a passo” para destravar o processo de compra de 12 milhões de kits de reagentes para exames e testes de Covid-19 junto ao Ministério da Saúde. De acordo com o jornal O Globo, as mensagens de Whatsapp apontam que as tratativas deveriam ser feitas a “toque de caixa” com uma pessoa do ministério identificada como “Bob”. A suspeita é que Bob seja um referência ao então diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias.
A troca de mensagens está em um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) que investigou suspeitas de irregularidades na pasta. Trento e Dias já são investigados pela CPI no caso envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin, que teve a Precisa como intermediária. O colegiado já aprovou a quebra do sigilo fiscal do diretor da Precisa e ele deverá ser convocado para depor. O material compartilhado pelo Ministério Público Federal do Pará com a CPI aponta “evidências da tentativa de interferência” na compra dos testes “com a ajuda de Roberto Ferreira Dias”. O objetivo, segundo o documento, seria beneficiar a Precisa.
Em uma das mensagens, Trento diz ao lobista “que a equipe lá dentro está afinada, aguardando o Bob avocar o processo, veja como ficaria o passo a passo”. Em uma outra mensagem, o diretor da Precisa apontou o caminho: “essa é arquitetura ideal para prosseguir. 1. Bob avoca o processo que está na Dinteg (pode alegar a necessidade de revisão de atos) 2. Dinteg devolve sem manifestação; 3. Bob determina que a análise deve ser feita nos termos do projeto básico, de acordo com a ordem das empresas apresentadas pela área técnica, que avaliou a especificação técnica do produto; 4. A área técnica da DLOG (Departamento de Logística) solicita dos 06 (seis) primeiros classificados pela SAPS (última manifestação datada de 06/5), em até 02 (dois) úteis improrrogáveis e de caráter desclassificatório, a apresentação da amostra de 100 testes”.
Na sequência, o executivo afirma que: “5. A DLOG analisa quem está devidamente habilitado e desclassifica as empresas que não atenderam a entrega da amostra e os documentos de habilitação; 6. A DLOG realiza o julgamento e a classificação final”.“Isso tudo a toque de caixa, pois a fundamentação da desclassificação dos concorrentes que estão à frente já montamos já está com o time de dentro”, finaliza.
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