Lewandowski mantém quebra de sigilo de Luciano Azevedo, integrante do "gabinete paralelo"

Luciano Dias Azevedo é apontado como integrante do chamado "gabinete paralelo" do governo federal, responsável por proposta de decreto para alterar a bula do medicamento conhecido como "cloroquina", após contatos com Nise Yamaguchi e Paolo Zanotto, em apoio a Arthur Weintraub

Luciano Dias Azevedo, Jair Bolsonaro e Nise Yamaguchi
Luciano Dias Azevedo, Jair Bolsonaro e Nise Yamaguchi (Foto: Divulgação)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Danilo Vital, Conjur - A quebra de sigilo telefônico e telemático do tenente da Marinha que teria preparado proposta de decreto para alterar a bula do medicamento conhecido como "cloroquina" não se mostra, a princípio, abusiva ou ilegal. Mesmo que ele sequer tenha sido chamado a depor perante a Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19 no Senado.

Com esse entendimento, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, negou pedido de liminar feito por Luciano Dias Azevedo, que teve quebra de sigilo autorizada pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz.

continua após o anúncio

A decisão vai na mesma linha do que o próprio Lewandowski fez em relação a um dos principais investigados no Congresso: o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello. A ordem é para que as informações só sejam acessadas por senadores integrantes da comissão, mantendo-se sigilo de informações que dizem respeito à vida privada do investigado.

Segundo o ministro, para a configuração de ato abusivo na quebra de sigilo, seria necessário ficar inequivocamente demonstrada a falta de pertinência temática entre a medida e os fatos investigados pela Comissão Parlamentar de Inquérito. Não é o caso.

continua após o anúncio

Luciano Dias Azevedo é apontado como integrante do chamado "gabinete paralelo" do governo federal, responsável por proposta de decreto para alterar a bula do medicamento conhecido como "cloroquina", após contatos com Nise Yamaguchi e Paolo Zanotto, em apoio a Arthur Weintraub, então assessor especial da Presidência da República.

"Com essa atuação, o impetrante poderia, segundo suspeitam os integrantes da Comissão, ter concorrido, ao menos em tese, para retardar a execução de medidas profiláticas e terapêuticas adequadas ao enfrentamento da pandemia, nos moldes daquelas recomendadas pelas autoridades sanitárias nacionais e internacionais, contribuindo, assim, para o seu agravamento", entendeu o ministro.

continua após o anúncio

Além de Lewandowski, o ministro Alexandre de Moraes também denegou pedidos liminares de investigados na CPI que tiveram o sigilo quebrado: do ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo e de Francieli Fontana Sutile Tardetti Fantinato, coordenadora-geral do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Ainda nesta segunda-feira, o ministro Luís Roberto Barroso suspendeu a quebra de sigilo telefônico e de mensagens de dois ex-servidores do Ministério da Saúde.

continua após o anúncio

Inscreva-se no canal de cortes da TV 247 e saiba mais:

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247