Indicado pelo governo Bolsonaro à CPI da Covid, infectologista defensor do tratamento precoce é investigado no INSS

Defensor do chamado tratamento precoce, o infectologista Francisco Cardoso é investigado pelo INSS por suspeita de irregularidades no recebimento do auxílio-doença. O governo Jair Bolsonaro escalou o médico para depor na CPI da Covid

Infectologista Francisco Cardoso
Infectologista Francisco Cardoso (Foto: Jane de Araújo - Agência Senado)


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247 - Indicado pelo governo Jair Bolsonaro para depor nesta sexta-feira (18) na CPI da Covid a favor do chamado tratamento precoce, o infectologista Francisco Cardoso é investigado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e pelo Ministério da Economia por suspeita de irregularidades no recebimento do auxílio-doença entre 2019 e 2021. As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

O profissional de saúde compareceu a encontros com médicos suspeitos de integrarem o chamado gabinete paralelo, grupo crítico a vacinas e favorável ao uso de remédios sem eficácia comprovada para o tratamento de pessoas diagnosticadas com a Covid-19.

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Cardoso também é perito federal e vice-presidente da associação nacional da categoria, a ANMP. O infectologista tem salário como perito garantido (ele está licenciado do cargo por sua atividade na associação), mas resolveu dar entrada no auxílio no INSS na condição de médico autônomo sob o argumento de que sua doença não o permitiria trabalhar no atendimento a doentes.

O médico teve o primeiro benefício concedido em abril de 2019, com duração de quatro meses. O auxílio, no valor de pouco mais de R$ 5 mil mensais, foi prorrogado por um ano, até setembro de 2020. A prática é não é comum no INSS, que tem o costume de conceder benefícios por períodos mais curtos e exigir a realização de novas perícias para verificar a necessidade da prorrogação.

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Mesmo após o segundo vencimento do benefício, Cardoso voltou a entrar com a solicitação de nova renovação e, apesar de ter o pedido negado, recebeu o pagamento até a realização da nova perícia, em fevereiro de 2021. 

Mas, durante o período que se dizia incapaz de exercer a profissão, o médico teria atendido pacientes com o objetivo de prescrever remédios do “tratamento precoce”, o que é uma fraude no recebimento do benefício, porque ele não estava incapaz de trabalhar. Os atendimentos foram relatados pelo próprio médico em audiência online na Câmara dos Deputados, em maio deste ano.

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