“Exporia muito o presidente”, escreveu Nise Yamaguchi sobre minuta de decreto da cloroquina

Mensagem foi escrita por Nise a outro médico, Luciano Dias Azevedo, segundo documento entregue por ela à CPI da Covid. A conversa tratava de um decreto sobre protocolos de tratamento precoce e distribuição de medicamentos contra a Covid-19 já apontados como ineficazes e perigosos

Nise Yamaguchi e Jair Bolsonaro
Nise Yamaguchi e Jair Bolsonaro (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado | ABr)


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247 - A médica Nise Yamaguchi, que depõe nesta terça-feira (1º) à CPI da Covid no Senado, entregou à comissão um documento no qual contém o registro de uma troca de mensagens por WhatsApp entre ela e um médico chamado Luciano Dias Azevedo, revela reportagem da CNN.

Leia aqui a minuta entregue por Nise Yamaguchi à CPI da Covid

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A conversa aconteceu no dia 6 de abril de 2020. Na mensagem, Nise recebe uma minuta de decreto que trata da distribuição de cloroquina, hidroxicloroquina e azitromicina a “toda rede de saúde”, e que ela negou diversas vezes aos senadores se tratar de uma tentativa de mudança da bula da cloroquina, como foi questionada e como haviam relatado o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, e o ex-ministro da Saúde Nelson Teich.

Ao fim da mensagem, a médica questiona: “Oi, Luciano. Este decreto não pode ser feito assim, porque não é assim que regulamenta a pesquisa clínica. Tem normas próprias. Exporia muito o Presidente”.

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De acordo com o texto, médico e paciente decidiriam pela “adesão ao uso experimental das medicações descritas na doença Covid-19 no intuito de tratar e iniciar protocolos de pesquisas clínicas”. O acompanhamento clínico do paciente seria de forma obrigatória e seguindo “protocolos de tratamento estabelecidos na atualidade”.

Durante seu depoimento à CPI, Nise Yamaguchi, que é defensora da cloroquina, do tratamento precoce e da imunidade de rebanho contra a Covid-19 negou que houve tentativa de alterar a bula do medicamento para incluir o tratamento contra a doença. “Não existiu ideia de mudança de bula por minuta ou decreto”, disse. Segundo ela, a minuta citada por outros depoentes falava da possibilidade de disponibilização de medicamentos.

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