Documentos revelam: comunicação do governo Bolsonaro só começou a priorizar pandemia depois da CPI
Documento do Ministério da Comunicação feito a pedido da CPI da Covid destaca que entre março de 2020 e abril de 2021 foram feitas 2.596 postagens em canais oficiais do governo. Deste total, 64% tratavam de temas da economia, ignorando a questão sanitária
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247 - Um relatório produzido pelo Ministério das Comunicações a pedido da CPI da Covid aponta que o governo Jair Bolsonaro priorizou a divulgação de ações na área de economia em detrimento das políticas de saúde durante a pandemia. De acordo com o jornal El País, o documento oficial destaca que entre março de 2020 e abril de 2021 foram feitas 2.596 postagens em canais oficiais do governo. Deste total, 1.648 (64%) tratavam de empregos, renda e do auxílio emergencial. Só em abril deste ano, depois de o Supremo Tribunal Federal determinar que o Senado instaurasse a CPI, o governo intensificou as postagens ligadas à saúde. Desde então, foram realizadas 49 postagens ligadas ao tema.
O relatório também ressalta que até dezembro de 2020 havia mais postagens incentivando o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19, como a cloroquina, do que abordando assuntos ligados à vacinação. Nesta linha, foram 85 postagens contra 37.
O relatório detalha os gastos com as peças publicitárias produzidas por todos os ministérios sobre a pandemia. “De acordo com o Ministério das Comunicações, até o fim de maio estão planejados gastos de R$ 124,4 milhões de reais com propagandas na TV, rádio, internet e em mídia exterior (outdoors e telas em shoppings ou elevadores de prédios comerciais, por exemplo). Ao menos 20 peças foram produzidas até o momento”, destaca o texto da reportagem do El País.
Nesta terça-feira (8), a CPI fará uma segunda oitiva do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Na quarta, o colegiado irá ouvir o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, coronel Élcio Franco e, na quinta, o governador do Amazonas, Wilson Lima.
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