Dimas Covas, do Butantan, deve comprovar à CPI como governo Bolsonaro sabotou a Coronavac

O imunizante começou a ser aplicado no país em 17 de janeiro deste ano, após muitas divergências entre o governo federal e o governo do estado de São Paulo, o primeiro a comprar a vacina

Presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, divulga estatísticas sobre testes de coronavírus.
Presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, divulga estatísticas sobre testes de coronavírus. (Foto: GOVSP)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Agência Senado - Diretor do Instituto Butantan — o primeiro centro a fornecer vacina anticovid à população brasileira —, Dimas Covas será ouvido nesta quinta-feira (27) pela CPI da Pandemia. O requerimento de convocação é assinado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

“É necessária a oitiva do senhor Dimas Tadeu Covas para que esclareça todos os detalhes da atuação do Instituto Butantan desde o início da pandemia, especialmente com relação à produção de vacinas”, defende o senador.

continua após o anúncio

A vacina CoronaVac é resultado da associação do instituto com a fabricante chinesa de medicamentos Sinovac Biotech. O imunizante começou a ser aplicado no país em 17 de janeiro deste ano, após muitas divergências entre o governo federal e o governo do estado de São Paulo, o primeiro a comprar a vacina.

Na última quarta-feira (19), no primeiro dia de seu depoimento à CPI, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello foi amplamente questionado sobre falas do presidente Jair Bolsonaro contrárias à aquisição da CoronaVac.

continua após o anúncio

Ao negar pressão presidencial contra a compra da vacina, Pazuello foi contestado por diversos senadores. Fabiano Contarato (Rede-ES) afirmou que, após crítica de Bolsonaro ao imunizante, o Ministério da Saúde cancelou a intenção de compra que havia anunciado, opinião ratificada por Zenaide Maia (Pros-RN), para quem o presidente da República “desautorizou” Pazuello no episódio da CoronaVac.

O senador Humberto Costa (PT-PE) apresentou uma gravação com o presidente Bolsonaro dizendo que havia dado ordens para que não houvesse compra da CoronaVac.

continua após o anúncio

Acordo de colaboração

Professor titular de Medicina Clínica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, Dimas Covas está à frente do Instituto Butantan desde 2017. Em junho de 2020, foi o responsável pelo acordo de colaboração firmado com a farmacêutica chinesa para o desenvolvimento clínico do imunizante anticovid.

continua após o anúncio

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a aplicação da CoronaVac no Brasil com base em resultados dos testes e estudos clínicos que começaram em julho de 2020 em seis estados e no Distrito Federal.

De acordo com o Instituto Butantan, os resultados do estudo da fase 3 mostraram que nos casos graves e moderados a eficácia da CoronaVac é de 100%. Para os casos leves, 78% e, nos muito leves, 50,38%. 

continua após o anúncio

Até meados de maio, cerca de 70% das doses contra a covid-19 aplicadas no Brasil eram da vacina CoronaVac. Recentemente, o Instituto Butantan paralisou o envase do imunizante no país por falta de matéria-prima importada da China: o ingrediente farmacêutico ativo (IFA).

Crise diplomática

continua após o anúncio

Nesta terça-feira (25), o Butantan recebeu 3 mil litros do insumo chinês para a produção de mais 5 milhões de doses. A previsão inicial era de 4 mil litros, que possibilitariam o envase de 7 milhões de doses, mas houve redução do quantitativo enviado pela China.

Com interrupções na produção da vacina e orientação do Ministério da Saúde para que os municípios utilizassem as doses guardadas para a segunda aplicação, como primeira dose, em muitas cidades brasileiras há hoje atraso para a finalização vacinal com a segunda aplicação do imunizante.

continua após o anúncio

Na CPI, senadores apontam que crises diplomáticas com a China, provocadas por declarações presidenciais, estão prejudicando o envio do IFA e atrasando a produção da vacina no país.

Ouvido pela CPI em 18 de maio, o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo negou que a condução da diplomacia brasileira durante sua gestão tenha prejudicado a aquisição de vacinas e insumos, especialmente os provenientes da China. 

A senadora Kátia Abreu (PP-TO) afirmou que o ex-chanceler deixou de fazer referência, durante o depoimento, às citações anteriormente publicadas em blogs e redes sociais contra a China e o governo chinês.

ButanVac

O Instituto Butantan trabalha agora no desenvolvimento de uma nova vacina contra a covid-19: a ButanVac. A produção desse imunizante deverá ser feita totalmente no Brasil, a partir de uma tecnologia que trabalha a inoculação do vírus em ovos embrionados de galinhas. 

Nessa segunda-feira (24), o instituto enviou à Anvisa mais uma remessa de informações sobre o início dos testes em humanos com a ButanVac. Ainda não há previsão para o início da imunização com essa vacina no país.

Inscreva-se no canal de cortes da TV 247 e saiba mais:

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247