Deputado revela que Bolsonaro foi alertado e recebeu em março os documentos sobre suspeitas na compra da Covaxin
Uma revelação explosiva do deputado Luis Miranda (DEM-DF): ele informou Jair Bolsonaro em 20 de março, pessoalmente, sobre os indícios de corrupção no caso da importação da vacina Covaxin pelo Ministério da Saúde com intermediação da empresa Precisa
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247 - O deputado Luis Miranda (DEM-DF) afirmou ter alertado Jair Bolsonaro sobre os indícios de corrupção na negociação do Ministério da Saúde para a compra da vacina indiana Covaxin. "No dia 20 de março fui pessoalmente, com o servidor da Saúde que é meu irmão, e levamos toda a documentação para ele", disse ele à Folha de S.Paulo nesta quarta-feira (23).
O deputado é irmão de Luís Ricardo Fernandes Miranda, chefe do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, que relatou ao MPF (Ministério Público Federal), em depoimento em 31 de março, todas as pressões que sofreu para assinar o contrato.
Em entrevista anterior, o parlamentar afirmara que “tocou a denúncia para a frente” e insinuou que a denúncia pode ter sido levada ao conhecimento de Jair Bolsonaro."Se eu responder para você, cai a República”, disse ao ser indagado sobre o fato. O deputado e o irmão prestarão depoimento à CPI da Pandemia nesta sexta-feira (25). Luis Miranda procurou Eduardo Pazuello antes disso e advertiu-o que o caso iria "explodir na mídia".
O Ministério Público Federal está investigando o caso e "identificou indícios de crime na compra feita pelo Ministério da Saúde de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin e vai investigar o caso também na esfera criminal — até então, o caso vinha sendo apurado em um inquérito na área cível. A dose da Covaxin negociada pelo governo é a mais cara entre todas as que foram contratadas pelo Ministério da Saúde, e o processo de aquisição do imunizante foi o mais célere de todos, apesar dos alertas sobre 'dúvidas' em relação à eficácia, à segurança e ao preço da Covaxin. O contrato para a compra da vacina indiana totalizou R$ 1,6 bilhão", aponta reportagem de Leandro Prazeres e Mariana Muniz, publicada no Globo.
O valor do contrato, que envolve a aquisição de 20 milhões de doses da Covaxim, é de R$ 1,61 bilhão. O custo unitário é de US$ 15, o mais alto dentre todas as vacinas adquiridas pelo Ministério da Saúde - no site da Covaxin, a dose da vacina era anunciada a US$ 2. O sócio da Precisa Medicamentos, Francisco Emerson Maximiano deveria prestar depoimento à CPI nesta quarta-feira (23), mas a oitiva foi adiada para a semana que vem.
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