CPI não irá admitir interferência externa, diz Randolfe sobre atuação do Planalto
O vice-presidente da CPI da Covid e o relator criticaram o fato de requerimentos apresentados por senadores governistas terem sido produzidos dentro do Palácio do Planalto: "parece uma intervenção indevida no funcionamento da CPI. Não admitiremos que essa CPI sofra interferência externa"
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247 - Em entrevista coletiva no início da noite desta quinta-feira (29) para comunicar a conclusão do plano de trabalho que "vai nortear os caminhos da CPI da Covid", o vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), comentou a informação que veio à tona de que requerimentos apresentados por senadores governistas foram produzidos dentro do Palácio do Planalto.
O vice-presidente chamou o gesto de "interferência indevida" do Poder Executivo na CPI e disse esperar que tentativas "protelatórias" por parte da base governista se encerrem. "Parece uma intervenção indevida no funcionamento da CPI. Nós podemos assegurar: não admitiremos que essa CPI sofra interferência externa. CPIs são poderes de investigação do Congresso. CPI tem por determinação inquirir a busca da verdade. Nós faremos, seja onde a verdade estiver, a procuraremos e não aceitaremos quaisquer tipos de intervenção, de interferência. Não há precedente desse tipo, de requerimentos serem preparados no Palácio do Planalto. Eu espero que esse triste episódio encerre algumas pretensões inadequadas".
O relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), também presente na entrevista, lamentou a interferência do Planalto, classificando-a como "algo nunca visto nas CPIs".
Sobre o plano de trabalho, Calheiros disse que foram recolhidas "algumas propostas" dos integrantes da CPI e, depois de "sistematizá-las", concluiu-se o roteiro inicial. O plano de trabalho não será submetido à apreciação da comissão.
O relator também destacou que o plano não delimitará a atuação da CPI, e sim os fatos que forem averiguados durante o funcionamento da comissão. "Na medida em que nós caminhamos, os requerimentos darão os parâmetros da própria investigação. A investigação é que definirá esses limites".
"O plano foi construído a partir do despacho do presidente do Rodrigo Pacheco, 'para investigar ações e omissões do governo federal no combate à Covid-19, notadamente os acontecimentos de Manaus e com os fatos conexos, que tenham a ver em relação a transferência de recursos federais'", pontuou Randolfe.
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