CPI está fechando o cerco contra família Bolsonaro, diz advogada
“Se agora querem tirá-lo, é porque ele (Bolsonaro) ficou inconveniente. Mas não tenho dúvida de que a sua retirada nesse momento, com a contribuição de Reale Junior, é para colocar no lugar alguém que possa continuar o serviço, sem tanto constrangimento como ele vem causando", diz a advogada Tânia Mandarino
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Rede Brasil Atual - As investigações da CPI da Covid revelaram nesta quarta-feira (15) relações suspeitas entre o lobista da Precisa Medicamentos Marconny Faria, Ana Cristina Vale e Karina Kufa, respectivamente ex-mulher e advogada do presidente Jair Bolsonaro. Mensagens divulgadas pela comissão apontam que Ana Cristina teria encaminhado a indicação de pessoas escolhidas por Marconny para ocuparem cargos em órgãos do governo federal. Este, por sua vez, confessou ser amigo de Jair Renan Bolsonaro, um dos filhos do presidente. A suspeita de tráfico de influência contaria ainda com a participação de Karina. Ambas terão que depor à CPI.
Além disso, um grupo de juristas coordenado pelo ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior apresentou à Comissão um parecer que aponta crimes que teriam sido cometidos pelo presidente Jair Bolsonaro e integrantes do governo.
Esses movimentos indicam que o cerco contra Bolsonaro e sua família “está se fechando”, de acordo com a advogada Tânia Mandarino, integrante do Coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia. “Ao que tudo indica, existe um momento orquestrado agora para esse cerco se fechar”, disse a advogada em entrevista ao Jornal Brasil Atual nesta quinta-feira (16).
Para a advogada, a participação de Reale Junior no parecer enviado à CPI indica que “chegou a hora de o mercado exigir a saída de Bolsonaro”. Renomado jurista do campo conservador, ele foi um dos signatários do pedido que deu origem ao processo de impeachment contra a ex-presidenta Dilma Rousseff.
“Se agora querem tirá-lo, é porque ele (Bolsonaro) ficou inconveniente. Mas não tenho dúvida de que a sua retirada nesse momento, com a contribuição de Reale Junior, é para colocar no lugar alguém que possa continuar o serviço, sem tanto constrangimento como ele vem causando”, disse Tânia.
Repetição histórica
Ela também comparou o clima do que chama de “frente amplíssima” em torno do impeachment de Bolsonaro com o que ocorreu na derrubada de Dilma. Nesse sentido, disse que a união para tirar o atual presidente, neste momento, é adequada. Por outro lado, alertou que não é possível que lideranças de esquerda considerem a aproximação com grupos que apoiaram, e ainda apoiam, a Lava Jato. Ela atribui, inclusive, a ascensão de Bolsonaro aos abusos cometidos pelo então juiz Sergio Moro e os procuradores de Curitiba. Estes, por sua vez, contaram com a negligência do Poder Judiciário, até mesmo do Supremo Tribunal Federal (STF).
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