Pazuello e Wajngarten podem deixar condição de testemunhas para ser oficialmente investigados na CPI

Relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros também pretende incluir o ex-secretário executivo do Ministério da Saúde Elcio Franco no rol dos investigados

Fabio Wajngarten em depoimento na CPI da Covid no Senado nesta quarta-feira (12)
Fabio Wajngarten em depoimento na CPI da Covid no Senado nesta quarta-feira (12) (Foto: Abr | Edilson Rodrigues/Agência Senado)


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247 - O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o ex-secretário de Comunicação do governo Fabio Wajngarten podem deixar a condição de testemunhas para ser oficialmente investigados na CPI da Covid, diante da iniciativa do relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB). Calheiros também pretende incluir o ex-secretário executivo do Ministério da Saúde Elcio Franco no rol dos investigados.

Renan pretende entrar numa “nova fase” da CPI, na qual algumas pessoas que foram ouvidas como testemunhas passarão a figurar como investigadas, pois já há informações suficientes para direcionar a investigação para suspeitos de irregularidades.

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“A partir de agora, nós vamos, com relação a algumas pessoas que por aqui já passaram, tirá-las da condição de testemunha e colocá-las definitivamente na condição de investigados para, com isso, demonstrar a fase seguinte do aprofundamento da nossa investigação”, disse Renan.

O foco contra Pazuello deverá ser a crise no abastecimento de oxigênio no Amazonas e o incentivo à cloroquina, medicamento ineficaz no tratamento de Covid-19.

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No total, a CPI da Covid já ouviu 16 pessoas até o momento, desde ex-ministros da Saúde, como Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, até o ex-chanceler Ernesto Araújo, além de diretores de laboratórios desenvolvedores de vacinas, entre outros.

Pazuello ofereceu protocolo do "tratamento precoce" à OMS

Documentos revelam que enquanto o Brasil discutia a adesão ao consórcio global de vacinas Covax Facility, em setembro do ano passado, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ofereceu ao diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, "o compartilhamento de protocolo desenvolvido no Brasil para tratamento precoce da doença".

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"(Pazuello) ofereceu à OMS o compartilhamento de protocolo desenvolvido no Brasil para tratamento precoce da doença, fruto de conhecimento acumulado nas diferentes regiões do país. Ponderou que a conversação com a OMS será mais eficaz se os dois lados mantiverem perfil discreto", diz trecho do documento do Itamaraty.

Em setembro do ano passado, diversos estudos científicos já haviam descartado o uso de cloroquina e hidroxicloroquina no combate à Covid-19. Ainda assim, o governo brasileiro insistiu nesses remédios como parte de um "kit Covid", chamado também de "tratamento precoce", informa O Globo.

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Naquele momento, Tedros deu uma resposta diplomática, sublinhando que "o interesse da OMS seria apoiar o Brasil em salvar vidas". Ele agradeceu a intenção do Brasil de participar do Covax Facility e "manifestou interesse no protocolo de tratamento mencionado por Pazuello", segundo o telegrama do Itamaraty. 

Porém, pouco depois, em meados de outubro, a OMS reiterou , através de outro estudo, que o tratamento precoce com medicamentos como cloroquina, remdesivir e interferon não era recomendado para enfrentar a Covid.

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