CPI da Covid: no Ministério da Saúde, Roberto Dias teve boletos pagos após assumir gestão de contrato de empresa investigada

Os valores dos boletos emitidos pela agência de viagens Voetur Turismo começaram a ser quitados 11 dias depois de uma manobra que transferiu um contrato milionário da VTC Log para a área que Roberto Dias comandava no Ministério da Saúde. Ele era diretor de Logística da pasta

CPI e o ex-diretor da Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias
CPI e o ex-diretor da Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias (Foto: Pedro França/Agência Senado | Marcos Oliveira/Agência Senado)


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247 - A agência de viagens Voetur Turismo emitiu boletos de pagamentos em nome do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias. Os valores começaram a ser quitados 11 dias depois de uma manobra que transferiu um contrato milionário da VTC Log para a área que ele comandava na pasta, de acordo com o jornal O Globo. O valor foi de R$ 573 milhões, com vigência até 2023. A Voetur Turismo e a VTC Log pertencem ao mesmo grupo empresarial.

Segundo a Comissão Parlamentar de Inquérito, VTC Log fez os pagamentos dos boletos em nome de Dias. Motoboy da VTC Log, Ivanildo Gonçalves da Silva afirmou à CPI nessa quarta-feira (1) que realizou saques de altas quantias a mando da empresa - o maior foi de aproximadamente R$ 400 mil.

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Senadores da comissão havia mostrado na terça-feira que as idas de Ivanildo a agências bancárias para realizar os saques coincidiram com as datas de pagamentos dos boletos de Dias. A CPI decidiu nessa quarta quebrar o sigilo fiscal de Ivanildo.

A transferência do contrato da VTC Log para a área comandada por Dias aconteceu no dia 7 de maio. A quitação da primeira fatura em nome do ex-diretor ocorreu no dia 18 do mesmo mês. Os boletos não especificaram a quais serviços prestados pela Voetur eles se referem.

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Naquele 7 de maio, o então diretor assinou um termo de sub-rogação do contrato que a VTC Log tem com o Ministério da Saúde para o transporte de insumos como remédios e vacinas. O valor foi de R$ 573 milhões, de acordo com as investigações da CPI.

A sub-rogação é um instrumento que possibilidade a migração de um contrato entre dois departamentos de um órgão público. De 2018 a maio de 2020, a Coordenação-Geral de Material e Patrimônio, vinculada à Secretaria Executiva da pasta, fica responsável pelo contrato da VTC Log.

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O nome do ex-diretor havia sido citado no dia 1 de julho pelo cabo da Polícia Militar de Minas Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante da Davati. Segundo o militar, Dias pediu propina de US$ 1 por dose de vacina nas negociações com a Davati, que ofertava 400 milhões de doses. O pedido aconteceu em fevereiro deste ano, disse o cabo. O contrato não foi fechado.

No dia 7 de julho, Dias negou os pedidos de propinas. "Acerca da alegação do senhor Dominghetti, nunca houve nenhum pedido meu a este senhor", disse. "O senhor Dominghetti, que aqui nessa CPI foi constatado ser um picareta que tentava aplicar golpes em prefeituras e no Ministério da Saúde e durante sua audiência deu mais uma prova de sua desonestidade", afirmou.

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