Capitã Cloroquina ameaçou Prefeitura de Manaus e exigiu distribuição do Kit Covid em janeiro

Capitã Cloroquina escreveu ofício à Prefeitura de Manaus em janeiro passado contendo ameaças e exigindo a distribuição do Kit Covid. O ofício não foi tema de destaque na CPI da Covid

(Foto: Edilson Rodrigues/Ag. Senado)


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247 - Pouco antes do colapso do sistema de saúde de Manaus, que ocorreu na segunda quinzena de janeiro, Mayra Pinheiro, a Capitã Cloroquina, enviou, em janeiro, um ofício à Prefeitura de Manaus contendo ameaças e exigência de distribuição do Kit-Covid nas UBS da cidade.

Mayra, que é secretária de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde do Ministério da Saúde, enviou ofício à Prefeitura de Manaus em janeiro afirmando ser inadmissível que medicações do chamado "tratamento precoce", como cloroquina e ivermectina, não estivessem sendo administradas. O ofício não foi objeto central nas indagações dos senadores no depoimento da médica na CPI da Covid nesta terça-feira (26).

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Veja o ofício:

 

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oficio

 O ofício foi antecedido pela mobilização de outros órgãos do Ministério da Saúde na "caravana da cloroquina" com médicos e técnicos que foram a Manaus. A informação faz parte do depoimento que o olavista Hélio Angotti Neto, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, concedeu ao Ministério Público Federal no Amazonas. Segundo ele, sua pasta custeou as viagens de médicos a Manaus.

Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, no depoimento, ele afirmou que a programação das visitas era atribuição da pauta de Mayra e que entendeu que se tratava de uma "prospecção junto à atenção primária à saúde."

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"A gente buscou ajudar a SGTES [Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, comandada por Mayra] no sentido de correr para organizar essa parte, em esforço cooperativo, e promover a ida de voluntários até lá. Voluntários que, do que eu lembro da programação preparada para eles, a programação não foi a gente que preparou, a gente só ajudou na parte logística, nesse esforço cooperativo, ela incluía a busca de informações na atenção primária à saúde, que é o grande gargalo", disse Angotti.

A reportagem ainda informa que ela organizou essa comitiva formada por ao menos 11 médicos de seis estados para fazer a ronda pró-kit Covid nas UBSs em janeiro. Após a força-tarefa pelas UBSs de Manaus, os médicos distribuíram medicamentos como hidroxicloroquina e ivermectina aos pacientes. 

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 Angotti diz ainda no depoimento que não sabe o motivo para que sua pasta tenha pago pelas viagens, que custaram ao menos R$ 4.200 cada, incluindo passagens e diárias. Ele afirma que a iniciativa foi importante para iniciar sondagem sobre a necessidade de assistência farmacêutica da cidade. 

Mayra foi convocada pela CPI da Covid-19 para prestar esclarecimentos no próximo dia 20 sobre a política oficial do governo federal de na divulgação de cloroquina e ivermectina, mesmo após a OMS reforçar que que os medicamentos não possuem eficácia alguma contra a Covid-19, podendo gerar graves efeitos colaterais principalmente em pacientes cardiopatas.

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