Apoio de Bolsonaro e filhos à vacinação coincide com acerto para compra da Covaxin
A oposição do clã Bolsonaro à vacinação contra Covid-19 acabou cinco dias depois de a Precisa ter fechado acordo para compra de 20 milhões de doses da Covaxin
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Por Guilherme Amado, no portal Metrópoles - O apoio de Jair Bolsonaro e de seus filhos à vacinação coincidiu com a assinatura da compra pelo Ministério da Saúde de 20 milhões de doses da Covaxin, o imunizante indiano cuja negociação teria envolvido propina.
Em 5 de março, Francisco Maximiano, sócio da Precisa — empresa que intermediou a compra do imunizante indiano pelo Ministério da Saúde por 1.000% a mais por unidade do que o anunciado pela fabricante Bharat Biotech —, desembarcou no Brasil após passar dois meses na Índia na negociação da Covaxin. Cinco dias depois, Flávio Bolsonaro pediu para que apoiadores viralizassem uma imagem de seu pai com o texto “nossa arma é a vacina”, no primeiro gesto público do governo a favor da vacina.
No mesmo dia, 10 março, Bolsonaro defendeu a vacinação em um evento no Palácio do Planalto e disse que o governo não estava poupando esforços para a compra de imunizantes. Logo após, o filho zero três do presidente, Eduardo Bolsonaro, divulgou uma imagem do Zé Gotinha com seringa em formato de fuzil.
No dia 20 de março, Luis Miranda afirma ter feito os primeiros alertas ao presidente sobre o esquema na compra da Covaxin. Três dias depois, o deputado do DEM do Distrito Federal perguntou ao assessor da presidência se Bolsonaro estava chateado com ele e como seu irmão, Luis Ricardo, deveria agir após a denúncia do esquema. O assessor respondeu: “Negativo, deputado. São muitas demandas”. Naquele mesmo dia (23/03), Bolsonaro fez o primeiro discurso em rede nacional em defesa da vacina.
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