Lênio Streck: ao defender cloroquina, Nise esbofeteia 460 mil familiares dos mortos por Covid

O jurista Lenio Streck ainda disse que “surpreende” que ninguém coloque a médica bolsonarista Nise Yamaguchi numa camisa de força, diante de depoimento à CPI da Covid

Lenio Streck e Nise Yamaguchi
Lenio Streck e Nise Yamaguchi (Foto: Divulgação | Leopoldo Silva/Agência Senado)


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247 - O jurista Lenio Streck disse que a médica bolsonarista Nise Yamaguchi, ao defender a cloroquina em depoimento, nesta terça-feira, 1, em CPI da Covid no Senado, “esbofeteia 460 mil familiares dos mortos”. Segundo ele, “surpreende que ninguém lhe ponha uma camisa de força”. “Estamos no reino da fantasia?? Patético!”, exclamou nas redes sociais.

Nise pediu alteração da bula da cloroquina

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) reafirmou à coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo, que a médica Nise Yamaguchi sugeriu a mudança da bula da cloroquina por meio de decreto presidencial, com o objetivo de usar o medicamento ineficaz no tratamento da Covid-19.

Segundo Mandetta, ele encontrou a médica bolsonarista no dia 6 de abril de 2020 no Palácio do Planalto, quando ela sugeriu a mudança da bula para incluir a Covid-19 na lista de doenças para as quais servem o medicamento.

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"Eu fui ao Palácio do Planalto, era o dia em que eu seria demitido [conforme anunciavam os jornais]. A Nise estava lá com outro médico, um cardiologista. Estavam como urubu na carniça", afirma ele.

Em depoimento à CPI da Covid, nesta terça, Nise negou que tenha feito a proposta.

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Mandetta, no entanto, relembrou que "cheguei no Planalto e o Braga Netto me disse 'temos que subir para o quarto andar, tem uns médicos lá'". 

"Entrei na sala e estava ela. Perguntei: 'Qual é o seu nome?'. E ela: 'Nise Yamaguchi'. Falei: 'Ah, você é a Nise'", relembra o ex-ministro, que destacou também a presença do presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, e do então chefe da Casa Civil, general Braga Netto, e do então secretário-geral da Presidência, Jorge Oliveira, na reunião.

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"O Barra Torres ficou indignado e disse que a Anvisa não permitiria aquilo", afirmou Mandetta à Folha. O médico foi demitido do Ministério da Saúde no dia 16 de abril por se negar a defender a cloroquina como medicamento contra a Covid-19.

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