Prevent Senior na CPI: médicos não tinham autonomia, 'kit Covid' era fechado e a receita chegava pronta

“Quando o médico queria tirar algum medicamento do kit, ainda que ele riscasse na receita, o paciente recebia o kit [covid] completo, porque a receita também já estava pronta. Inclusive, com manual de instruções”, pontuou a advogada Bruna Morato à CPI

Bruna Morato e fachada da Prevent Senior
Bruna Morato e fachada da Prevent Senior (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado | Divulgação)


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247 - Em seu depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira (28) a advogada Bruna Morato, representante de médicos e ex-médicos da Prevent Senior que denunciaram a empresa por obrigarem a receitar o “kit covid”, disse que os funcionários tentaram um acordo com a empresa, mas não financeiro, como sugeriu o diretor-executivo da Prevent, Pedro Benedito Batista Júnior.

Segundo a advogada, os médicos estavam sendo ameaçados e hostilizados pelas famílias e por isso estavam muito preocupados com as diretrizes da empresa, quando pediram que ele entrassem em contato com  departamento jurídico da empresa. 

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“Eles pediram que a empresa tomasse três atitudes: que a empresa assumisse publicamente que o estudo não foi conclusivo (sobre o tratamento precoce); que assumisse o protocolo institucional (autonomia sobre prescrição do Kit) e que assumisse a responsabilidade diante de possíveis ações. 

A advogada destacou que os médicos não tinham autonomia e que o lema da empresa de “lealdade e obediência” sempre foi a ideologia da Prevent Senior. “E onde existe uma ideologia de lealdade e obediência não existe autonomia”, pontuou.

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Morato confirmou que os médicos eram orientados a prescrever o “kit covid”, que segundoo relatos dos profissionais  vinha em um pacote fechado, lacrado. 

“Quando o médico queria tirar algum medicamento do kit, ainda que ele riscasse na receita, o paciente recebia o kit [covid] completo, porque a receita também já estava pronta. Inclusive, com manual de instruções”, pontuou.

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A advogada, que relatou à CPI que atende muitas empresas do ramo, disse que a prática era desconhecida em qualquer outra instituição médica. 

“Em nenhum momento eu conheci uma empresa em que kits eram entregues prontos ao pacientes, em casa [chegava através do motoboy] ou ficassem disponibilizados dentro do consultório”, finalizou.    

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