Youssef pode sair da Lava Jato com R$ 100 milhões
Empresário Leonardo Meirelles, ex-sócio do doleiro, diz que Alberto Youssef tem um patrimônio maior do que declarou, de R$ 150 milhões a 200 milhões, e não de cerca de R$ 50 milhões, como está no acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato; caso as informações sejam comprovadas, o acordo de Youssef com a Justiça pode ser anulado; com a redução de pena, o advogado do doleiro, Antônio Figueiredo Basto, acredita que ele deixa a prisão em no máximo três anos; Youssef também pode ter uma comissão sobre o dinheiro recuperado na investigação
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247 – O patrimônio de Alberto Youssef é bem maior do que ele próprio disse à Justiça, em acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Quem afirma é seu ex-sócio, o empresário Leonardo Meirelles, que foi preso em 14 de março do ano passado, mas solto em abril depois de ter confessado seus crimes.
Meirelles, segundo ele mesmo conta, emprestava empresas ao doleiro para que ele fizesse remessas. Em entrevista à Folha de S. Paulo neste domingo 1º, o empresário afirma, sobre Youssef: "O patrimônio dele é de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões. O banco do Youssef, porque doleiro é como um banco, movimentava de R$ 30 milhões a R$ 40 milhões por mês".
À Justiça, Youssef declarou ter um patrimônio de cerca de R$ 50 milhões. Caso as informações de Meirelles sejam comprovadas, o acordo do doleiro com a Justiça, que prevê redução de sua pena, pode ser anulado. O empresário, que é dono do laboratório farmacêutico Labogen, conta ainda que o doleiro era sócio oculto de três ou quatro empreiteiras, mas não cita os nomes porque estão sob investigação.
Com o acordo, o advogado do doleiro, Antônio Figueiredo Basto, acredita que ele deixa a prisão em no máximo três anos. Se fosse condenado a oito anos de prisão em cada uma das 30 ações pelas quais responde, sua pena seria de 240 anos, segundo o advogado. "Foi bastante razoável, pois ele vai de 3 a 5 anos. Acredito que os 5 anos estão descartados, será no máximo 3. Mas ainda trabalho para isso ser menor, para haver perdão judicial", afirmou Basto.
O acordo prevê ainda uma comissão de 2% sobre o dinheiro recuperado na investigação. O Ministério Público Federal nega que seja uma "recompensa", e sim um abatimento de multa, que será limitado a um dos valores dos imóveis de Youssef.
Leia aqui a entrevista.
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