Youssef diz ter pago “R$ 400 mil e poucos” a Vaccari, que nega
Doleiro afirmou em depoimento ter ordenado a um funcionário para realizar uma entrega de "400 mil e poucos reais" para o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, em frente ao diretório nacional do partido, em São Paulo; o tesoureiro do PT nega qualquer participação no esquema
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
247 - O doleiro Alberto Youssef, preso pela Operação Lava Jato, disse em seu depoimento de delação premiada à Justiça Federal do Paraná ter ordenado a um funcionário para realizar uma entrega de "400 mil e poucos reais" para o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto.
A entrega teria sido feita em frente ao diretório nacional do partido, em São Paulo. Segundo Youssef, o dinheiro teria sido repassado a mando da empresa Toshiba. A afirmação de que Vaccari recebeu dinheiro de propina já havia sido dada anteriormente por Youssef no depoimento de delação premiada. Desde então o tesoureiro do PT nega qualquer participação no esquema.
No depoimento desta terça-feira 31, Youssef também disse ter pago pessoalmente outros R$ 400 mil à cunhada de Vaccari. Os dois pagamentos teriam sido realizados por uma empresa pertencente a um laranja denominado Waldomiro.
"Eu cheguei a usar uma das empresas do Waldomiro para fazer uma operação para a Toshiba, onde eu pude então não só pagar o PP e o Paulo Roberto Costa (ex-diretor da Petrobras e delator na Lava Jato), mas também pagar o PT, que então foi um valor... Na verdade, foram dois valores de 400 e poucos mil reais que foram entregues a mando da Toshiba para o tesoureiro do PT, o Vaccari", disse o doleiro.
Abaixo, reportagem da Agência Brasil a respeito:
Youssef diz que PT recebeu pagamento na porta do diretório em São Paulo
André Richter - O doleiro Alberto Youssef disse hoje (31), em depoimento à Justiça Federal, que fez dois pagamentos ao PT, por meio de uma empresa de fachada, a mando da Toshiba. Segundo Youssef, as duas parcelas, de aproximadamente R$ 400 mil, foram entregues pessoalmente à cunhada do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, por um funcionário da empresa, identificado como Piva.
Durante a audiência, o doleiro declarou não recordar a data em que os pagamentos foram feitos, mas afirmou que indicou o período quando prestou depoimento de delação premiada aos investigadores da Operação Lava Jato.
"Eu cheguei a usar uma das empresas de Waldomiro [ex-funcionário de Youssef] para fazer uma operação para Toshiba, em que eu pude, não só pagar ao Partido Progressista [PP], a Paulo Roberto Costa [ex-diretor da Petrobras], mas, também, pagar ao Partido dos Trabalhadores [PT]", disse.
Segundo Youssef, um dos pagamentos foi feito em frente à sede do PT em São Paulo. "O primeiro valor foi retirado no meu escritório pela cunhada dele [Vaccari]. Eu entreguei esse valor pessoalmente. O segundo valor foi entregue na porta do diretório do PT Nacional, pelo meu funcionário Rafael Ângulo para o funcionário da Toshiba, para que ele pudesse entregar esse valor para o Vaccari", relatou.
Em nota divulgada à imprensa, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, negou que tenha recebido dinheiro enviado pelo Alberto Youssef. Vaccari também afirmou que todas as doações recebidas pelo partido foram feitas dentro da lei e declaradas à Justiça.
"Chama a atenção o fato de que, na delação realizada em fevereiro, Youssef afirmou que uma suposta entrega do dinheiro teria sido feita em um restaurante em São Paulo. No depoimento de hoje, se contradiz e afirma que foi na frente da sede do PT", rebateu o partido. Essa Secretaria de Finanças reitera que todas as doações que o Partido dos Trabalhadores recebe são feitas na forma da lei e declaradas à Justiça".
A Toshiba declarou, em nota, que "uma vez que já apresentou todas as informações para a autoridade responsável", não tem comentários a fazer.
O depoimento prestado hoje ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pela investigação da Lava Jato, refere-se ao processo que envolve o Laboratório Labogen, investigação preliminar à descoberta dos desvios na Petrobras.
Na audiência, Youssef confirmou que era sócio do laboratório e procurou o ex-deputado federal André Vargas para que pudesse ter "portas abertas" no Ministério da Saúde. O doleiro também confirmou que recebeu dinheiro em contas no exterior, pagos pelas empresas Braskem, Odebrecht, UTC, Andrade Gutierrez, Engevix.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247