Vitória fácil dos jovens os estimula a ficar nas ruas

Uma semana atrás, os prefeitos das duas principais cidades do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro, declaravam ser impossível revogar os aumentos das tarifas; a pressão da sociedade, no entanto, mostrou que as ruas falaram mais alto do que os governantes; preços foram congelados nas duas metrópoles e em várias outras cidades, numa vitória que foi saudada, em letras garrafais, pela Folha de S. Paulo, em sua edição desta quinta-feira; com o poder nas mãos, eles não devem parar

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247 - Foi fácil, extremamente fácil. Num fenômeno inédito, pela primeira vez visto no Brasil, a população conseguiu, em tempo recorde, obrigar governos a rever suas prioridades. Uma semana atrás, tanto o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, como o do Rio, Eduardo Paes, pareciam inflexíveis. Diziam ser impossível revogar o reajuste, de vinte centavos nas duas cidades, das tarifas de ônibus.

Uma semana de protestos, no entanto, foi o suficiente. Com as ruas tomadas por jovens, em sua maioria dispostos a protestar pacificamente, o Movimento Passe Livre conseguiu abrir os olhos da sociedade para a questão do transporte público. E o mais importante foi a vitória anunciada ontem, quanto tanto os prefeitos do Rio e de São Paulo anunciaram o recuo nas tarifas – decisão que já havia sido tomada em várias outras capitais e também em cidades médias do País.

Foi um exemplo claro de democracia direta, sem a intermediação de representantes eleitos. Aliás, símbolos da democracia representativa, como o Congresso Nacional e a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, também foram "tomados" pelos manifestantes – e, no segundo caso, de forma violenta. As ruas impuseram aos poderosos sua própria agenda.

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Numa análise publicada ainda ontem à noite, o colunista Fernando Rodrigues, da Folha, afirmou que o governador Geraldo Alckmin e o prefeito Fernando Haddad, que ontem anunciaram juntos a decisão de congelar as tarifas, cortando assim outros investimentos, tomaram uma decisão de risco. Voltaram atrás, sem exigir nenhuma contrapartida dos manifestantes. Resultado: hoje eles se sentem com o poder nas mãos e capazes de avançar.

Identificada como uma das líderes do Movimento Passe Livre, a jovem Mayara Vivian foi entrevistada ontem à noite pelas televisões. "E agora?", perguntaram. "Agora, é a tarifa zero". Nesta quinta-feira, às 17h, está marcado novo protesto, em São Paulo, para dar continuidade ao jogo de pressões. Ontem, mesmo depois da decisão anunciada por Paes, a ponte Rio-Niterói foi fechada.

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As ruas tomaram o poder e nada indica que estejam dispostas a devolvê-lo aos governantes eleitos.

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