Vandalismo é subproduto de "protestos pacíficos"

Em texto especial para o 247, Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, fala sobre massas hipnotizadas que estão sendo instrumentalizadas por um movimento de natureza fascista. "Enquanto continuar a diferenciação entre atos de vandalismo e as tais 'manifestações pacíficas' apesar de estas terem aqueles como subproduto, a sociedade não conseguirá enxergar o que está diante de seus olhos, isto é, que as massas que estão acorrendo as ruas são coautoras do vandalismo, deliberadamente ou não", argumenta

Vandalismo é subproduto de "protestos pacíficos"
Vandalismo é subproduto de "protestos pacíficos"


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Por Eduardo Guimarães, especial para o 247

Um dos efeitos mais característicos das catarses é o de elas impedirem que as massas hipnotizadas enxerguem o que está diante de seus olhos. As pessoas começam a pensar sob slogans e a se recusarem às ponderações mais lógicas. O evidente se torna invisível e o raciocínio individual fica inviabilizado pelo espírito de corpo ocasional.

A onda de protestos que eclodiu no início de junho sob o mote da redução das tarifas do transporte público trouxe consigo um fenômeno que vem sendo apresentado pela mídia e pelos autores desses movimentos massivos como produto da ação de “grupos pequenos”.

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Quando se fala nesses “grupos pequenos”, porém, há que notar que não são tão pequenos assim, pois as imagens deles em ação mostram que reúnem desde dezenas até centenas de integrantes que, durante as manifestações, vêm depredando e saqueando o país sem se importar se o patrimônio atingido é público ou privado.

Essa expressão “grupos pequenos” foi adotada pela grande mídia após virar alvo de vândalos que passaram a queimar unidades móveis de reportagem e a hostilizar repórteres de grandes redes de televisão, entre outros. A intenção foi a de não se indispor com os manifestantes adotando uma separação entre atos de vandalismo e as manifestações em si.

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Chega a ser ridículo, no entanto, ter que apontar o que é tão escandalosamente óbvio. Porém, massas catárticas não raciocinam autonomamente, sobretudo quando seguem ideias-força.

Não se pode separar os atos de vandalismo ou os saques das manifestações porque aqueles são consequências destas. Tanto é que antes de as multidões começarem a entupir as ruas não havia depredações desse porte do patrimônio público e privado e que ocorrem em uma proporção que já atinge a cada quadrante do país.

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Grupos “pequenos”?

Um detalhe espantoso: até a última sexta-feira, a Globo News anunciou que os danos só ao patrimônio privado já haviam atingido a casa do meio bilhão de reais, sem falar nas centenas de feridos (alguns em estado grave) e nas duas mortes.

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Esses atos criminosos ocorrem só durante manifestações por duas razões. A primeira, porque entre os manifestantes há grupos que veem o vandalismo como a melhor forma de pressão sobre autoridades; a segunda, porque a mobilidade e a disponibilidade da polícia diminuem muito com manifestações e, assim, criminosos comuns têm mais facilidade de agir.

Em um momento em que os serviços de Inteligência das polícias, do Exército e do governo federal afirmam que as manifestações tendem a crescer e lançam suspeita de que grupos estrangeiros podem estar atuando em consonância com a organização “horizontal” (pero no mucho) das manifestações, vale ficar alerta.

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Há que lembrar que o Brasil não vive uma ditadura e que por isso, até prova em contrário, não se pode acreditar nem desacreditar piamente em nada do que digam os dois lados – o dos manifestantes e o das autoridades. Há que investigar tudo.

O governo do Rio Grande do Sul, por exemplo, denunciou atuação de grupos anarquistas estrangeiros atuando junto aos movimentos de massas naquele Estado. Esses grupos estariam ministrando aulas de táticas de guerrilha, preparação de bombas caseiras e de outros artefatos destinados ao confronto.

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A ausência de uma causa clara para tudo o que está acontecendo, sobretudo após o recuo das autoridades no que tange o preço das passagens – que foi reduzido como queriam os manifestantes –, denota desejo de tumultuar o país.

O cerco à residência do governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, já dura dias. As causas são os gastos com a reforma do Maracanã e demais gastos com os eventos desportivos naquele Estado neste ano e no ano que vem. Os manifestantes querem tais “explicações” assim, na rua, na frente da casa do homem, com a família dele acuada lá dentro.

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Isso não é democracia. A manifestação pode ser feita, mas a família do governador não tem nada com isso. Que fossem protestar diante do palácio do governo.

Sem os saques e a depredação do patrimônio público e privado, sem a violência contra a imprensa ou contra partidos políticos, portanto, as manifestações não teriam caráter tão insuportável. Se fossem totalmente pacíficas, a sociedade poderia conviver com elas e o que parece é que pretendem exatamente o oposto.

Até porque, essas manifestações, acompanhadas de violência de todo tipo, já começam a gerar problemas econômicos que tenderão a se agravar com o passar do tempo, o que, caso comecem a se traduzir em reajustes de preço ou em demissões “preventivas” por empresários assustados, irá predispor a massa a mais desatino e violência.

O que preocupa, nesse contexto, é que, apesar de ter havido demonstrações de espírito público de políticos como o governador e o prefeito de São Paulo, os quais, mesmo sendo ferrenhos adversários políticos, dispuseram-se a atuar em consonância, há outros partidos dispostos a tirar proveito da situação incendiando ainda mais as massas.

Partidos à esquerda, como PSOL, PSTU e PCO, ou à direita, como o PPS, parecem amplamente dispostos a tentar tirar dividendos políticos do processo em curso.

Na noite da última quinta-feira (21), enquanto o Brasil estava em chamas de Norte a Sul, de Leste a Oeste, as televisões apresentavam spots do horário gratuito do PPS que acusavam o PT sem parar pelo que estava ocorrendo no país. As inserções ocorriam a intervalos incrivelmente curtos, quase que como lavagem cerebral.

Ainda sobre as inserções do PPS, parece ter havido tática de concentrar todas as inserções do dia no período da noite, de forma a coincidirem com as manifestações.

Concluindo. Enquanto continuar a diferenciação entre atos de vandalismo e as tais “manifestações pacíficas” apesar de estas terem aquelas como subproduto, a sociedade não conseguirá enxergar o que está diante de seus olhos, isto é, que as massas que estão acorrendo as ruas são coautoras do vandalismo, deliberadamente ou não.

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