União de esforços por um estado mais seguro

A contribuição do governo federal é essencial para mudar a situação de medo que toma conta da sociedade paulista



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Após várias tentativas, finalmente o governo de São Paulo aceitou a oferta do governo da presidenta Dilma para estabelecer uma parceria no combate à violência no estado. Não era inteligente a postura anterior de recusa à ajuda federal num momento em que o crime organizado cresce assustadoramente em território paulista. Ainda mais quando os números da própria Secretaria de Segurança Pública mostram que os assassinatos cresceram 22% entre janeiro e setembro na comparação a igual período do ano passado, o que significa 982 homicídios, apenas na Grande São Paulo.

Setembro, aliás, foi um mês para não ser esquecido. Nesse período, 135 pessoas foram assassinadas no estado, um aumento de 96% em relação a igual mês de 2011. No ano, o território paulista já registrou 14 chacinas nas quais 46 pessoas foram executadas. Nem a própria polícia escapa. Até a última semana pelo menos 90 policiais – entre militares e civis - foram mortos em ações atribuídas ao crime organizado. Algo inaceitável. Pais de família, filhos, seres humanos, servidores da área de segurança que têm como objetivo prestar serviços para a nossa sociedade, serem expostos desta forma, sem uma ação efetiva do governo de São Paulo na defesa de seus colaboradores.

O clima de insegurança se espalha por todo o território paulista. Em todo o estado, foram 3.536 homicídios dolosos, incluindo acidentes de trânsito, de janeiro a setembro. Capital, grande São Paulo e interior se aterrorizam; o medo toma conta da população de cidades até há pouco tranquilas, como São Carlos, onde sete pessoas foram executadas a tiros recentemente. A polícia suspeita de que elas tenham sido executadas porque eram moradoras de rua e usuárias de drogas.

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Nos últimos dias, a Polícia Militar encontrou com membros de uma facção criminosa, lista com nomes de policiais militares "marcados para morrer". As ordens partiriam do interior de presídios onde cumprem pena presos apontados como integrantes da facção criminosa. Agora, dentro da parceria com o governo federal, esses presos devem ser transferidos para presídios federais de segurança máxima, nos quais permanecerão incomunicáveis. É uma medida eficaz de enfrentamento ao crime organizado.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, colocou à disposição 400 vagas para transferência dos líderes da facção criminosa suspeita de ordenar assassinatos.  Além disso, ficou acertada a criação de uma agência para coordenar o trabalho das forças de segurança estaduais e federais, assim como a formação de um comitê interdisciplinar para avaliar as ações adotadas pelos dois governos.

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Como enfatizou o ministro Cardozo, a situação de violência e segurança pública no Brasil deve ser conduzida como política de Estado, não importando a que partido pertença o governo estadual.

No estado de São Paulo, os números da criminalidade são estarrecedores. Para se ter uma idéia  do que representam esses  números, é como se a pequena Anhumas, município da região de Presidente Prudente, com 3.536 habitantes, no oeste do estado, desaparecesse do mapa.

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A insegurança se tornou problema estrutural no estado de São Paulo e outros estados brasileiros. Sem a proteção que lhe deveria ser garantida pelo Estado, a população recorre a cercas elétricas, monitoramentos por câmera de vídeo e vigias particulares. Essa alternativa custa ao bolso do cidadão, e não apresenta solução.

O estado de São Paulo tem mostrado pouca criatividade na área se segurança pública. Além de investir pouco em inteligência policial e em tecnologia de investigação, não valoriza o trabalhador policial. O estado mais rico da nação paga ao policial um dos mais baixos salários do país.

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Não existe no estado de São Paulo uma política estruturada e articulada de prevenção à violência. O nosso sistema educacional vive uma profunda crise, não há investimentos em programas de educação complementar, são baixos os investimentos em formação esportiva e cultural, ferramentas essenciais para evitar que nossas crianças e jovens sejam aliciados para a criminalidade.

A contribuição do governo federal é essencial para mudar a situação de medo que toma conta da sociedade paulista. Como aconteceu no Rio de Janeiro, com o apoio à implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), o combate ao crime requer investimento num tripé essencial – programas educacionais e sociais para jovens e adultos em situação de vulnerabilidade, inteligência investigativa, estrutura de trabalho e valorização das Polícias Civil e Militar. Sem isso, será difícil ao cidadão se sentir seguro, não importa se na Capital, Regiões Metropolitanas ou no Interior, na rua ou dentro de casa.

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