Último foragido na nona fase da Lava Jato se entrega à polícia

Mário Frederico Mendonça Goes estava foragido desde quinta-feira 5, quando teve prisão decretada; segundo o Ministério Público Federal, Goes operava um esquema de corrupção na Petrobras usando a mesma forma de atuação do doleiro Alberto Youssef e do empresário Fernando Baiano: recolhendo propina de empresas privadas para agentes da estatal e ocultando a origem dos recursos

DNT 4400  14-11-2014   SAO PAULO - SP   /  NACIONAL OE  /  OPERACAO LAVA JATO  -  Presos pela investigacao Lava Jato da Policia Federal saem da sede da PF no bairro da Lapa, zona oeste de Sao Paulo  -  FOTO DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
DNT 4400 14-11-2014 SAO PAULO - SP / NACIONAL OE / OPERACAO LAVA JATO - Presos pela investigacao Lava Jato da Policia Federal saem da sede da PF no bairro da Lapa, zona oeste de Sao Paulo - FOTO DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO (Foto: Leonardo Attuch)


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André Richter - Enviado Especial da Agência Brasil/EBC - O último investigado na nona fase da Operação Lava Jato que faltava ser preso se entregou hoje (8) na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde os demais investigados estão presos. Mário Frederico Mendonça Goes estava foragido desde quinta-feira (5), quando teve prisão decretada, mas não foi encontrado em seu endereço, no Rio de Janeiro.

Segundo o Ministério Público Federal, Goes operava um esquema de corrupção na Petrobras usando a mesma forma de atuação do doleiro Alberto Youssef e do empresário Fernando Baiano: recolhendo propina de empresas privadas para agentes da estatal e ocultando a origem dos recursos.

Goes apareceu nas investigações por meio de delação premiada do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco e depoimento espontâneo de Cíntia Provesi Francisco, ex-funcionária da Arxo Industrial, cujos sócios foram presos, acusados de pagar propina a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Com o dinheiro oriundo de pagamentos indevidos, o acusado é suspeito de ter comprado um avião particular, registrado em nome de sua empresa, a Riomarine Óleo e Gás.

A ex-funcionária da Arxo afirmou que os pagamentos de propina eram intermediados por Mário Goes. Para dar aparência de licitude aos contratos, a Arxo usava notas fiscais frias compradas de terceiros, segundo a denúncia.  Barusco disse que havia um "encontro de contas" entre ele e Goes, nos quais eram entregues "mochilas com grandes valores de propina, em espécie", que variavam de R$ 300 mil a R$ 400 mil. No local, era feita a conferência de cada contrato, contabilizando as propinas pagas e as pendentes.

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De acordo com o Ministério Público Federal, Gilson João Pereira e João Gualberto Pereira, sócios da Arxo, e Sergio Ambrosio Marçaneiro, diretor financeiro, pagavam propina para obter contratos com a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Todos estão presos na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Os pagamentos ocorreriam em contratos com a BR Aviation, empresa da Petrobras especializada no abastecimento de aeronaves. A Arxo vende tanques de combustíveis e caminhões-tanque.

Segundo o advogado Leonardo Pereima, os sócios da empresa nunca pagaram propina para a Petrobras e não tiveram contato com o ex-gerente da estatal Pedro Barusco e com o ex-diretor de Serviços Renato Duque. Para a defesa, as acusações decorrem apenas de vingança da ex-funcionária do departamento financeiro, demitida por desviar cerca de R$ 1 milhão.

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