Tijolaço rebate Merval: como Ayres Brito, Fachin pode sim chegar ao STF
O jornalista Fernando Brito, do Tijolaço, rebate crítica de Merval Pereira à escolha de Edson Fachin para o STF pela presidente Dilma Rousseff; ele lembra que o ex-ministro Carlos Ayres Brito, "colocado por Merval como um dos grandes ministros da história", foi filiado ao PT e mesmo assim chegou ao Supremo; "Se Brito não apenas era filiado (o que Fachin jamais foi) como foi candidato petista, como poderia ter ido para o Supremo e lá ter se tornado o Rui Barbosa de Merval? A não ser que Merval julgue impedidos aqueles que tiveram um lado, quando cidadãos comuns podiam e deviam ter e não se passaram para outro, sob a cobertura da toga, quando deviam ser imparciais. Nada é tão desmascarador da hipocrisia quantos os fatos, reais e concretos", ironiza
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Fernando Brito, do Tijolaço - Observei aqui, outro dia, que a correção da escolha de Luiz Edson Fachin para o Supremo Tribunal Federal era comprovada pelo fato de que só os colunistas mais histéricos da direita tentaram criar escândalo pelo fato de, em 2010, o jurista ter declarado voto em Dilma Rousseff, como tinha, aliás, todo o direito de fazer.
Registrei que, até o momento em que escrevia, Merval Pereira não tinha se pronunciado sobre a indicação, do alto de sua condição de “ministro sem toga” do Supremo.
Mas ele o fez, e às costumeiras patadas:
“Ministro do STF não pode ter “um lado” político. O juiz Fachin é um militante do PT e não deveria ter sido indicado. Ele aparece em um vídeo na campanha de 2010 da presidente Dilma como porta-voz do manifesto de juristas “que têm lado”. Indo para o Supremo, vai ter de abrir mão desse lado. Fachin precisa esclarecer publicamente qual é a diferença dele hoje e daquele porta-voz dos juízes que tem um lado.”
Hoje, outro colunista de O Globo, lançou a luva a Merval, com elegância.
Ilimar Franco publica uma nota lembrando de Carlos Ayres Britto não apenas foi filiado ao PT, mas candidato por este partido a deputado federal, em 1990.
Ayres Brito, como se sabe, é colocado por Merval Pereira no rol dos grandes ministros da história do Supremo, certamente por duas grandes “obras”: a montagem do processo do “mensalão” e o aniquilamento prático do direito de resposta à mídia, num “julgamento” a quatro mãos com o deputado Miro Teixeira.
Se Brito não apenas era filiado (o que Fachin jamais foi) como foi candidato petista, como poderia ter ido para o Supremo e lá ter se tornado o Rui Barbosa de Merval?
A não ser que Merval julgue impedidos aqueles que tiveram um lado, quando cidadãos comuns podiam e deviam ter e não se passaram para outro, sob a cobertura da toga, quando deviam ser imparciais.
Nada é tão desmascarador da hipocrisia quantos os fatos, reais e concretos.
É provável que Merval, depois desta, se recolha aos seus bigodes.
Porque se ousar apelar para a grosseria com que tratou Fachin, vai ter de ouvir: “Mas e o Ayres Brito, que não só era petista como foi candidato
pelo partido, não serviu para ser Ministro do Supremo?
É de perder o rebolado, não é, Merval?
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