Teori quer depoimento de presidente da Odebrecht
Ministro do STF atendeu a um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e determinou que a Polícia Federal tome depoimento de Marcelo Odebrecht no âmbito da Lava Jato; poupada até agora na investigação, a principal empreiteira do País deverá esclarecer declarações da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que disse ter pedido aos executivos recursos para sua campanha em 2010; companhia pode ser uma escada para o juiz Sergio Moro na caçada ao ex-presidente Lula; a advogada da empreiteira, Dora Cavalcanti, disse em entrevista na última sexta-feira que a Odebrecht é vítima de "armação" na Lava Jato
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247 – Poupada até agora na Operação Lava Jato, a Odebrecht acaba de receber determinação que seu diretor-presidente, Marcelo Odebrecht, deponha à Justiça Federal sobre o caso. A determinação foi do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, que atendeu a um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
A principal empreiteira do País deverá esclarecer declarações da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) durante seu depoimento à Polícia Federal em abril, de acordo com reportagem da Folha de S. Paulo. A senadora declarou ter pedido aos executivos da companhia recursos financeiros para sua campanha em 2010. Em nota, a empresa defende que suas doações a campanhas e partidos são legais.
O ministro também ordenou que a PF tome depoimentos de outras seis pessoas, Além de Marcelo Odebrecht: Ricardo Pessoa, da UTC, que foi solto há duas semanas, José Aldemário Pinheiro Filho, da OAS, e João Ricardo Auler, da Camargo Corrêa.
A Odebrecht, junto com a Andrade Gutierrez, também poupada até aqui na investigação, pode ser uma escada para o juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato, chegar até o ex-presidente Lula. O 247 noticiou no último sábado 2 que as duas empresas poderiam ser o novo alvo de Moro (leia mais). Motivo: com a libertação de executivos presos em Curitiba, o juiz tentaria prender novos empresários, possíveis alvos de novos acordos de delação premiada.
A advogada da empreiteira disse em entrevista à Folha na última sexta-feira 1º que a Odebrecht é vítima de "armação" na Lava Jato. "A leitura que eu faço, gravíssima, é de que houve uma mudança de rumo para atingir, de forma intencional, a Odebrecht", disse Dora Cavalcanti. Segundo ela, os executivos da Odebrecht "estão submetidos a um estado de terror".
"Eles sofreram busca e apreensão, a prisão deles foi requerida e negada, de forma ponderada, com a justificativa de que não havia provas. Hoje [30] entregamos uma petição ao juiz Sergio Moro, dizendo que a empresa está disposta a colaborar. Nós estamos num cenário da verdade da Emília do Monteiro Lobato, que é a mentira bem contada. O cara vai ajustando o que diz e não há contraponto", afirmou a advogada.
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