Surto de sarna atinge afegãos acampados no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo
Sem abrigo, refugiados afegãos enfrentam condições precárias e falta de higiene, agravando a disseminação da sarna no local

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247 - Um surto de sarna tem afetado os afegãos acampados no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo. Sem conseguir encontrar abrigos, essas pessoas enfrentam condições precárias e falta de higiene, tornando-se vulneráveis à infecção pela doença de pele.
A descoberta do surto ocorreu em 21 de junho, quando uma médica voluntária de uma unidade básica de saúde próxima ao aeroporto identificou uma criança afegã com intensa coceira. A médica, em colaboração com a ONG Além-Fronteiras e o Coletivo Frente Afegã, notificou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante da prefeitura de Guarulhos.
No dia seguinte, equipes da prefeitura identificaram mais 22 casos da doença entre os afegãos acampados. No entanto, a distribuição de medicamentos não foi suficiente para conter o surto. Muitos refugiados não receberam instruções adequadas sobre o tratamento e enfrentam dificuldades para seguir as medidas de higiene necessárias.
Aline Sobral, do Coletivo Frente Afegã, relatou que 26 casos de sarna foram identificados entre as 209 pessoas acampadas no aeroporto. Segundo ela, a falta de acesso a banho diário e condições básicas de higiene contribui para a propagação da doença.
A prefeitura de Guarulhos informou que atualmente existem 206 imigrantes afegãos no aeroporto, enquanto só há disponibilidade para abrigar 177 pessoas. A situação tem sobrecarregado os recursos da prefeitura, que já investiu mais de R$ 2 milhões apenas em alimentação para os afegãos.
O prefeito de Guarulhos, Gustavo Henric Costa, visitou o aeroporto e expressou preocupação com a situação precária enfrentada pelos refugiados. Ele solicitou ajuda do governo federal e pediu que a cidade seja reconhecida como de fronteira, a fim de viabilizar a interiorização dos afegãos para outras localidades.
A sarna, uma doença altamente contagiosa, é transmitida por ácaros e propaga-se em ambientes com aglomeração e falta de higiene. Os afegãos, que deixaram seu país e vivem em condições precárias no Brasil, estão mais suscetíveis à infecção.
Além dos problemas de saúde, os afegãos enfrentam dificuldades na obtenção de banho e lavagem de roupas diárias. As ações das autoridades têm se concentrado na distribuição de medicamentos, mas medidas adequadas de higiene, como troca de roupas e lençóis, são essenciais para controlar o surto.
A prefeitura de Guarulhos, a concessionária GRU Airport e órgãos governamentais estão cientes da situação e realizando esforços conjuntos para encontrar soluções humanitárias para os afegãos no aeroporto.
Desde a ascensão do Talibã ao poder no Afeganistão, em 2021, muitos afegãos têm buscado refúgio em outros países, incluindo o Brasil. A prefeitura de Guarulhos e voluntários têm oferecido apoio alimentar, mas a falta de abrigos adequados e a precariedade das condições têm sido desafiadoras para esses refugiados.
Com informações de Agência Brasil.
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