Surge o profeta anti-gay
Carlos Apolinrio prope Dia do Orgulho Hetero e alerta para o surgimento da Nao Gay, que ele vindica combater
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Claudio Julio Tognolli_247 - O Vereador evangélico Carlos Apolinário (DEM), de São Paulo, bem que tentou se tornar um Bolsonaro de última hora, bem às vésperas da 15ª Parada LGBT –a reunir cerca de 3 milhões de pessoas neste domingo, na capital paulista. Ele re-apresentou na última quarta-feira seu projeto para instituir o Dia do Orgulho Hétero, na cidade de São Paulo. O projeto de Lei, criado por Apolinário em 2005, foi levado ao plenário da Câmara Municipal na quarta. Mas não foi votado por oposição do líder do PT, Ítalo Cardoso.
“Eu não estou preocupado com a votação, estou preocupado em fazer as pessoas discutirem e isso eu já consegui”. Com a frase, dita na câmara,, Apolinário entregou o ouro: quis mesmo era fazer barulho, e convocar a direita furiosa contra contra os gays.
Mas a sua página na internet traz um texto ainda mais confuso sobre as suas convicções. Veja um extrato: “A lei deve ser igual para todos, mas o que temos visto de um tempo para cá é um endeusamento dos gays, pois quase que diariamente os jornais trazem algum assunto sobre eles, o governo está preocupado em discutir o assunto até nas escolas, com crianças e adolescentes, distribuindo cartilhas e vídeos. A impressão é que o assunto mais importante na imprensa, na justiça, no Congresso é a questão dos chamados direitos dos gays, o plano de direitos humanos é quase um tratado com dezenas de direitos para os gays”, escreveu Apolinário.
Carlos Apolinário vem verberando um axioma muito comum hoje dentre os militantes da chamada direita furiosa: a de que os gays estariam dispondo de foro privilegiado, como dispõem políticos tal Apolinário. “Nem os negros, que fazem parte da nossa história, têm o mesmo espaço na mídia. O governo também não demonstra nenhuma preocupação em combater o racismo contando nas escolas a história dos negros e a importância deles para o nosso País.
Além disso, temos muitos tipos de preconceito a serem combatidos. E mais: aqueles que dizem defender os direitos dos gays, na verdade defendem privilégios, como se o gay fosse uma categoria especial de pessoas, que estão acima das leis”.
O poeta W.H Auden costumava dizer, nos anos 70, que a ligação entre os comunistas internacionais, o Commitern, havia encontrado na mídia um correlato gay, a que ele maldosamente chamava de “Hommitern”. Obviamente sem ter lido Auden, Apolinário é ainda mais radical. Postula que estejamos vivenciando um autêntico golpe de estado em prol da instituição de um “totalitarismo gay”. Ele escreveu: “Infelizmente, a sociedade está amedrontada pela agressividade dos gays, ninguém tem coragem de dar opinião contra os privilégios dados a eles pelo governos federal, estadual e municipal, para não serem chamados de homofóbicos. Querem transformar o estado laico em um estado gay. É hora de reagirmos não contra a figura humana do gay e sim contra os privilégios, pois, já que os gays querem ter os mesmo direitos dos héteros, inclusive com relação ao casamento, eles devem ter os mesmos deveres e obrigações. É preciso que os gays aprendam a viver em sociedade, respeitando a ordem e os bons costumes. Vamos combater a homofobia e a heterofobia, pois ser gay é um direito e não um privilégio”.
Depois de tanta verborragia, Apolinário confessou seu estrategema: “Eu não digo que foi oportunista, eu quis aproveitar a oportunidade. Se eu fosse falar disso antes, ninguém daria atenção”.
Veja como pensa o profeta anti-gay e visite a sua página:
http://www.carlosapolinario.com.br/site/index.php
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