Sindicalista defende empregos da Lava Jato

Presidente da Força Sindical, Miguel Torres afirma que “é correto punir as empresas envolvidas no escândalo da Petrobras, mas impedi-las de atuar é uma arbitrariedade que só traz prejuízos ao país”: “Estamos preocupados com o futuro de milhões de trabalhadores”

Presidente da Força Sindical, Miguel Torres afirma que “é correto punir as empresas envolvidas no escândalo da Petrobras, mas impedi-las de atuar é uma arbitrariedade que só traz prejuízos ao país”: “Estamos preocupados com o futuro de milhões de trabalhadores”
Presidente da Força Sindical, Miguel Torres afirma que “é correto punir as empresas envolvidas no escândalo da Petrobras, mas impedi-las de atuar é uma arbitrariedade que só traz prejuízos ao país”: “Estamos preocupados com o futuro de milhões de trabalhadores” (Foto: Roberta Namour)


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247 – O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, saiu em defesa das empreiteiras da Lava Jato pela preservação dos empregos: “Estamos preocupados com o futuro de milhões de trabalhadores”, disse. “É correto punir as empresas envolvidas no escândalo da Petrobras, mas impedi-las de atuar é uma arbitrariedade que só traz prejuízos ao país”, acrescentou.

Leia o artigo de Torres sobre o assunto:

As empreiteiras, os trabalhadores e a conta

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É correto punir as empresas envolvidas no escândalo da Petrobras, mas impedi-las de atuar é uma arbitrariedade que só traz prejuízos ao país

Um conhecido ditado popular afirma que a dose do remédio pode ser a diferença entre salvar ou matar o paciente. A Petrobras, uma das maiores empresas brasileiras, envolvida em uma teia de desmandos e corrupção, está na UTI.

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A Operação Lava Jato, que vem trazendo à tona toda sorte de corrupção e negociatas, está deixando os brasileiros receosos. Quem tem o dever de acusar e decidir se cabe pena às empresas envolvidas está diante de um desafio único, calcado em um duplo alicerce: restabelecer a confiança da sociedade na instituição e conduzir uma profilaxia do setor na dose certa.

Nunca antes em nossa história houve tanta responsabilidade nas mãos de autoridades públicas.

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Estamos preocupados com o futuro de milhões de trabalhadores. Operários dos mais diversos setores --especialmente da construção civil e da construção pesada-- estão sendo vitimados pela reação em cadeia criada pelo processo. Dados garimpados pelo consultor em infraestrutura Maurício Portugal revelam que 5% da população brasileira está vinculada direta ou indiretamente à atividade desses grupos econômicos.

A Força Sindical tem 72 entidades desses setores, com cerca de 1 milhão de trabalhadores. Contabilizamos cerca de 30 mil operários demitidos sem receber seus direitos porque as empregadoras também não estão recebendo da Petrobras. Esse círculo vicioso resulta em mais demissões e trabalhadores de bolsos vazios e com documentos retidos por falta de rescisão, sem poder tocar suas vidas adiante.

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O Ministério Público entrou com ações de improbidade na Justiça pedindo que as empreiteiras sejam proibidas de trabalhar para qualquer órgão público. Julgamos correto punir as empresas, mas impedi-las de seguir atuando devido aos desmandos de funcionários é, no mínimo, uma arbitrariedade que só traz prejuízos à sociedade.

Ao tornar as empresas nacionais inidôneas abrimos mercado para a concorrência estrangeira atuar em áreas estratégicas para o país. Caso prevaleça a ideia de que a melhor forma de se curar dor de cabeça é cortando-a fora, estaremos jogando nossos empregos e tecnologia no lixo e estrangulando o desenvolvimento das nossas indústrias.

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Se nossas empresas se tornarem inidôneas, esse risco pode contaminar toda a economia, fazendo dos problemas uma calamidade.
É a partir da tecnologia que o país se torna independente economicamente e as empresas, mais sólidas e competitivas. O processo contrário gera empresas "ocas", responsáveis apenas por montar e distribuir tecnologia estrangeira, sem qualquer retorno para o país, que se torna mais vulnerável a intempéries conjunturais.

Nossa expectativa é que haja providências imediatas dos órgãos competentes para atenuar e reverter os prejuízos da Lava Jato, que penalizam a classe trabalhadora.

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É possível afirmar, como já se disse, que a Lava Jato, ao completar um ano neste mês, representa para nós o que a Operação Mãos Limpas significou para o povo italiano: o enfrentamento qualificado de uma organização criminosa infiltrada nas estruturas do Estado.

Por isso, conclamamos que o juiz federal Sergio Moro continue firme, sabendo que toda a sociedade espera que os resultados vislumbrem novos horizontes e rupturas.

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Alinha-se ao desafio de punir culpados sem matar as empresas um outro, tão ou mais importante: o Estado agir para conter os efeitos colaterais do remédio aplicado no organismo moribundo. Só não é justo trucidar o setor de infraestrutura, impedindo-o de atuar, gerar empregos e tecnologia.

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