Sibá chama Serra de 'subalterno' e defende soberania do pré-sal
O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), reforçou nesta quarta (12) a importância de a sociedade brasileira se mobilizar para a defesa das jazidas de petróleo do pré-sal bem como do regime de partilha que garante à Petrobras o papel de operadora única da área; "As petroleiras estrangeiras, com a ajuda de subalternos locais, como integrantes do PSDB, cobiçam cada vez mais o pré-sal, sobretudo em razão da comprovação do aumento das reservas de óleo", disse
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247 - O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), reforçou nesta quarta-feira (12) a importância de a sociedade brasileira se mobilizar para a defesa das jazidas de petróleo do pré-sal bem como do regime de partilha que garante à Petrobras o papel de operadora única da área. "As petroleiras estrangeiras, com a ajuda de subalternos locais, como integrantes do PSDB, cobiçam cada vez mais o pré-sal, sobretudo em razão da comprovação do aumento das reservas de óleo", disse.
A observação do líder foi feita ao comentar estudo dos professores Cleveland Jones e Hernani Chaves, do Instituto Nacional de Óleo e Gás da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). O estudo técnico-científico sinaliza para a existência de pelo menos 176 bilhões de barris de recursos não descobertos e recuperáveis de petróleo e gás na área do pré-sal, que abrange os estados do Espírito Santo, do Rio de Janeiro e de São Paulo
De acordo com Chaves, a previsão tem 90% de chances de se tornar realidade e com 10% de probabilidade esse número chega a 204 bilhões de barris, pois "vai crescendo de acordo com as descobertas". O professor afirma que as descobertas feitas no pré-sal até agora, que alcançam em torno de 40 bilhões de barris, estão incluídas no valor projetado. O trabalho prevê também aumento do número de campos descobertos por produtores no pré-sal, dos atuais 49 campos para "70 e poucos".
Sibá Machado afirmou que a nova estimativa de volume de petróleo mostra a importância estratégica do pré-sal e reforça a necessidade de os brasileiros agirem em defesa dessa riqueza natural. ‘’São recursos finitos, mas que têm papel fundamental para o desenvolvimento de nosso país, sobretudo nas áreas de educação e saúde’’.
Sibá criticou o projeto ‘’entreguista e antinacional’’ (PLS 331/2015) do senador José Serra (PSDB-SP), que muda o regime de partilha — no qual a Petrobras é operadora única e a União detém a maior parte do petróleo produzido — pelo de concessão, em que o concessionário é dono de todo o petróleo que produz, como foi feito pelo PSDB, durante o governo FHC (1995-2002), para favorecer as petroleiras estrangeiras.
“ Especialistas estimam que a educação brasileira poderá perder R$ 25 bilhões/ ano, se o projeto de Serra for aprovado. Toda a área do pré-sal tem reservas comprovadas, não há risco de se furar um poço e não encontrar petróleo; é um mistério um senador da República apresentar um projeto para favorecer empresas estrangeiras”, disse o líder.
O líder do PT disse que, dada a magnitude das reservas do pré-sal, é mais que estratégico assegurar o patrulhamento de águas do oceano Atlântico pela Marinha brasileira e também concluir a construção de um submarino nuclear. A propósito, criticou a prisão do almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, diretor –presidente licenciado da Eletronuclear , detido dia 28 de julho na 16º fase da Operação Lava-jato.
O almirante é peça-chave no processo de desenvolvimento cientifico e tecnológico do País, especialmente no campo nuclear. Sibá criticou a prisão do militar, por ordem do juiz federal Sérgio Moro, já que , sem considerar aspectos geoestratégicos e a segurança nacional, o programa nuclear brasileiro poderá ser prejudicado.
“O patrulhamento na área do pré-sal depende do prosseguimento de nosso programa nuclear”, disse o líder do PT. Ele alertou que a Operação Lava-jato pode, nesse aspecto, prejudicar o interesse de Estado — que por sua natureza é sigiloso — e destruir um patrimônio cientifico e tecnológico nacional construído ao longo de décadas, sob comando do almirante Othon.
O estudo sobre o cálculo das reservas do pré-sal, feito pelos professores da Uerj, teve a mesma metodologia desenvolvida na Noruega e usada por várias empresas, como a Statoil. Ela usa o fator de recuperação, isto é, quanto petróleo e gás se consegue tirar do pré-sal, da ordem de 30%, e não o fator de 40% a 50% usado pela Petrobras, por exemplo, explica Chaves. Segundo ele, usando o fator de recuperação de 30%, presume-se que 70% de petróleo ficam depositados na camada do pré-sal.
Chaves acrescenta que, caso se elevasse o fator de recuperação, o valor estimado de 176 bilhões de barris de petróleo e gás no pré-sal aumentaria. "Mas nós fomos conservadores. Essa é a média mundial. A gente procura ser o mais centrado possível: nem pessimista, nem otimista, apenas o que os dados que nós temos nos contam."
De acordo com o professor, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) recebeu o estudo como um trabalho científico, uma estimativa. Procurada pela Agência Brasil, a ANP disse que não se manifestará sobre os números obtidos no estudo acadêmico dos pesquisadores, "que não contou com a participação da agência".
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