Servidores da Abin criticam indicações para diretoria
Os servidores não citam diretamente o ex-diretor-geral da Polícia Federal Luiz Fernando Corrêa, indicado para o comando da Abin
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247 - A União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin (Intelis), entidade que representa os servidores da agência, divulgou nesta sexta-feira (3) uma nota crítica à nomeação de funcionários fora dos quadros da agência para cargos de direção.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou o ex-diretor-geral da Polícia Federal Luiz Fernando Corrêa para o comando da Abin. Os servidores não o citam diretamente, referindo-se a Alessandro Moretti, indicado para o cargo de diretor-adjunto do órgão.
Moretti, que será o número dois da Abin, é delegado da Polícia Federal e, no governo anterior, foi braço direito e homem de confiança do ex-ministro bolsonarista da Justiça Anderson Torres.
A indicação de Corrêa veio um dia depois da publicação no Diário Oficial da União de decreto assinado pelo presidente Lula que tira a Abin do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), tradicionalmente comandado por um militar, e coloca o órgão de inteligência na estrutura da Casa Civil da Presidência da República.
Confira a nota da Intelis na íntegra:
Brasília, 03 de março de 2023
Nós, servidores da ABIN, tomamos conhecimento da nomeação do novo diretor-adjunto da instituição e do encaminhamento do nome do novo diretor-geral ao Senado Federal. Como carreira de Estado, manifestamos nosso compromisso com a gestão da atividade de inteligência. Acreditamos no profissionalismo e na capacidade técnica dos servidores das carreiras de inteligência. Defendemos que a gestão liderada por profissionais especializados é mais eficiente e traz melhores resultados para a sociedade e para o Estado. Portanto, a designação de um diretor-adjunto, cuja função é gerenciar a produção de Inteligência de Estado, fora desses quadros gera receio entre os servidores do órgão.
Em nome da lealdade à nossa missão institucional, não podemos esquecer o recente histórico: as quatro ocasiões em que a ABIN foi dirigida por quadros estranhos à área da inteligência de Estado foram marcadas por crises ou desvios de atribuição. As demonstrações reiteradas do Poder Executivo de compromisso com o Estado de Direito e a segurança da sociedade brasileira nos trazem confiança de que os erros do passado não se repetirão.
A recente realocação da ABIN na Casa Civil da Presidência da República revela, ainda, o desejo de elevar a Inteligência a outro patamar no aparato do Estado. Felicitamos novamente o governo pela importante mudança. Esperamos que os novos gestores sejam portadores de mudanças positivas, permanecendo fiéis ao nosso pleito de que gestões futuras sejam lideradas exclusivamente por servidores da carreira de Inteligência. Colocamo-nos à disposição da nova direção, para, por meio de uma inteligência de Estado fortalecida, colaborarmos para a realização dos objetivos nacionais.
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