Secaram a adega do Edemar

Ex-dono do Banco Santos diz ainda que interventores do BancoCentral podem ter violado seus computadores



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Por Fernando Porfírio – Edemar Cid Ferreira, ex-dono do Banco Santos, reclama uma varredura nos computadores que controlam a segurança de sua antiga casa. A defesa suspeita que obras de arte e até garrafas de vinho da conhecida adega reunida pelo ex-milionário tenham sido retiradas da mansão, da rua Gália, para deleite de quem entrou ilegalmente na casa.

O banqueiro entrou com um pedido junto à 2ª Vara de Falências da Capital para que o juiz determine uma perícia nos computadores. Edmar quer saber se houve violação de sigilo no sistema de controle da mansão.

Em janeiro, a Justiça paulista despejou o banqueiro por falta de pagamento de aluguel. Mesmo depois de quebrar e deixar um rombo de R$ 2,5 bilhões na praça e três mil credores a ver navios, Edemar morava com a mulher em uma mansão de cinco andares, no bairro do Morumbi, construída ao custo de R$ 142 milhões.

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Antes de desocupar a mansão, Edemar catalogou 1.500 obras de arte, inclusive uma escultura, avaliada em R$ 100 mil, que fica em frente à casa. Hoje, o imóvel pertence à massa falida, que passou a controlar os bens do casal depois da quebra do Banco Santos, em 2004. Na época, Edemar foi acusado de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta. Ele foi condenado a 21 anos de prisão, mas recorre em liberdade.

O banqueiro foi obrigado a deixar a casa e os bens valiosos por decisão da primeira Vara Cível de Pinheiros. O juiz do caso julgou procedente a ação de despejo por falta de pagamento de alugueis e encargos, proposta pelos credores da massa falida. O valor do aluguel da mansão era de R$ 20 mil por mês, que Edemar não vinha honrando.

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Varredura

A defesa de banqueiro quer que os computadores que foram retirados da mansão sejam abertos por um perito do Instituto de Criminalística, com senha fornecida por ele. De acordo com a defesa, quando o depositário fiel e administrador judicial da falência, Vânio Aguiar, assumiu os bens da mansão, rompeu os lacres do sistema de segurança, a exemplo do que já havia feito nos computadores pessoais não só de Edemar como de toda sua família e funcionários.

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“Não se alude apenas ao risco de segurança, mas roubo ou furto por terceiros, não identificação de entradas e saídas de pessoas com a precisão do sistema anterior e mais grave, não previne incêndios", denuncia o advogado Hugo Gomes Zaher.

A petição protocolada na Justiça afirma que há testemunhos de violação e que a promotora de justiça que atua no caso revelou que Vânio Aguiar autorizou a entrada de mais de 251 pessoas não identificadas e que garrafas de vinho da adega foram consumidas.

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A mansão tem um sistema de segurança mantido por mais de 70 câmeras. Os equipamentos filmavam tanto a área externa como interna da residência. Tudo monitorado por moderno sistema de computação, usando três gravadores especiais e de alta potência. O sistema permitia a filmagem 24 horas de toda a movimentação na casa, com a gravação garantida por meses. Dez monitores, com tecnologia de aproximação (zoom) e registro, eram acompanhados diuturnamente por seguranças.

Edemar alega ainda que o administrador judicial não fez a relação dos bens arrecadados e dos documentos retirados do local. O banqueiro pediu ao juiz que determine que isso seja providenciado. De acordo com o advogado, com o ato, Vânio Aguiar impede o ex-banqueiro de se defender em várias ações que tramitam na Justiça. Edemar mantinha na mansão uma espécie de cartório com cópias das principais peças processuais necessárias à sua defesa.

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