"Se tivermos uma mulher negra no STF, país poderá respirar com mais força os ares independentes", diz Kakay
Avogado elogia postura de Rosa Weber como presidente do Supremo e pondera: "talvez seja um forte indicativo de que é necessária a presença de mais mulheres na Corte"

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247 - O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, elogiou a condução da ministra Rosa Weber na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), destacando a postura independente da magistrada na ordenação das pautas da Corte: "não há gavetas para ela".
Kakay diz ser um "crítico contumaz" do excesso de poder nas mãos dos presidentes do Supremo historicamente, principalmente pelo fato de isso possibilitá-los a coordenar, quase sozinhos, da pauta da Corte. "É normal que caiba ao Presidente uma parte das causas a serem julgadas até para poder imprimir sua marca na Presidencia. Disto cuidam a tradição e, claro, a vaidade. Mas repito que o ideal é que boa parte da pauta seja determinada pelo colegiado. Fato simples que enobrece a Corte", explicou.
"A demora em pautar o Juiz de Garantias, 3 longos anos, o maior avanço no processo penal brasileiro, e que foi impedido de ser efetivado por decisão monocrática do Ministro Fux, depois de aprovação expressiva pelo Congresso Nacional, já demonstra que o sistema é disfuncional", acrescentou o advogado.
Kakay, no entanto, exaltou Rosa Weber por sua atuação na presidência e avaliou que a postura positiva da ministra pode ser prova da necessidade de mais mulheres no STF: "mas quero enaltecer a coragem, a lucidez e a independência da Ministra Rosa na condução da pauta na atual Presidência. Não há gavetas para ela. E Sua Excelência honra a cadeira que ocupa. Talvez seja um forte indicativo de que é necessária a presença de mais mulheres na Corte".
"Se tivermos a sorte de uma mulher negra no Supremo o país pode respirar com mais força os ares independentes, puros, da liberdade", concluiu. Confira a nota completa de Kakay abaixo:
“Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.” Clarice Lispector
Tenho sido um crítico contumaz do excesso de poder nas mãos do Presidente do Supremo Tribunal ao coordenar, quase sozinho, a pauta da Corte. É normal que caiba ao Presidente uma parte das causas a serem julgadas até para poder imprimir sua marca na Presidência. Disto cuidam a tradição e, claro, a vaidade. Mas repito que o ideal é que boa parte da pauta seja determinada pelo colegiado. Fato simples que enobrece a Corte.
A demora em pautar o Juiz de Garantias, 3 longos anos, o maior avanço no processo penal brasileiro, e que foi impedido de ser efetivado por decisão monocrática do Ministro Fux, depois de aprovação expressiva pelo Congresso Nacional, já demonstra que o sistema é disfuncional.
Mas quero enaltecer a coragem, a lucidez e a independência da Ministra Rosa na condução da pauta na atual Presidência. Não há gavetas para ela. E Sua Excelência honra a cadeira que ocupa. Talvez seja um forte indicativo que é necessário a presença de mais mulheres na Corte. Se tivermos a sorte de uma mulher negra no Supremo o país pode respirar com mais força os ares independentes, puros, da liberdade.
De novo Clarice Lispector: “Liberdade é pouco. O que desejo ainda não tem nome.”
Kakay
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