Sarney recua, Ideli vibra e sigilo sobre Copa avança

Ele teve um entendimento da pergunta diferenciado do que est colocado, justifica a ministra, que conversou com o presidente do Senado; deu para entender?; significa que segredo sobre obras da Copa passar entre os senadores



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Brasil 247 _ O presidente do Senado, José Sarney, que ontem ocupou o noticiário ao afirmar ser contra o sigilo sobre gastos com obras ligadas à Copa do Mundo, parece ter mudado de ideia. É o que informa a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvati, responsável, dentro do governo da presidente Dilma Rousseff, pela coordenação política com o Congresso.

“Tão logo foi divulgada aquela entrevista do presidente Sarney, eu liguei para ele e tive uma conversa extremamente tranquila. Ele relatou que teve um entendimento da pergunta diferenciado do que está colocado”, afirmou Ideli. Deu para entender? Significa que Sarney, o político mais importante do Senado, agora já aceita coordenar os senadores a votarem a favor do que já foi aprovado na Câmara dos Deputados, o chamado Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDCP), incluído na Medida Provisória 527. “Ele (Sarney) se convenceu, inclusive porque um dos vice-líderes da Câmara, o deputado Osmar Serraglio, esteve conversando com ele pessoalmente e tive o retorno de que foi uma conversa extremamente esclarecedora”, completou Ideli.

Enquanto, feliz, Ideli dava as notícias do dia aos jornalistas em Brasília,a ministra chefe do Gabinete Civil, Gleisi Hoffman, visitou o Tribunal de Contas União. Ela foi dar garantias de que, mesmo com a aprovação da MP do governo que tira a transparência dos gastos com obras da Copa, todos os orçamentos, planilhas e demais informações de gastos serão transmitidos aos juízes que têm por obrigação fiscalizar os gastos dos órgãos públicos.

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Os políticos em Brasília, como Brasil 247 informou na reportagem "Congresso, às moscas, já vive feriadão de dez dias" (leia) se deram uma longa folga, mas na próxima semana o Senado deverá votar a MP do sigilo na Copa. Afinal, se Sarney mudou de ideia, isso já é sinal de poucos problemas para as intenções do governo com sua Medida Provisória.

Leia, abaixo, reportagem de Brasil 247, publicada dez dias atrás, sobre como o inbroglio do sigilo nas obras da Copa do Mundo (e das Olimpíadas de 2016) começou:

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Rodolfo Borges_247, de Brasília – O governo pretende aprovar na Câmara, nesta quarta-feira, o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC) para as obras da Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. E a medida que flexibiliza as regras para as licitações e contratos necessários para a realização dos eventos esportivos ganhou o reforço da Advocacia-Geral da União (AGU). A AGU rebateu nesta terça-feira a nota em que o Ministério Público Federal aponta inconstitucionalidade em cinco pontos da RDC, o primeiro grande teste da nova ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti.

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O novo regime vem "pulando" de Medida Provisória desde o início do ano. O governo incluiu a RDC em três Medidas Provisórias, mas, sem atingir consenso, voltou atrás e não chegou a submetê-la a votação. Os membros do Grupo de Trabalho Copa do Mundo FIFA 2014 do MPF alegam que a medida outorga poder desproporcional ao Grupo Executivo – GECOPA 2014 e viola o princípio da competitividade, isonomia e impessoalidade. O MPF também questionou o “contrato de eficiência” proposto pela RDC, que conflitaria com o princípio constitucional da impessoalidade.

A AGU, contudo, não “vislumbra as inconstitucionalidades apontadas, uma vez que há regramento suficiente em relação aos institutos do Regime Diferenciado de Contratações, que não dariam margem a discricionariedade excessiva e que observam os dispositivos e princípios constitucionais-administrativos aplicáveis às solicitações e contratações públicas”.

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O documento é assinado pelo Secretário-Geral de Consultoria e Advogado-Geral da União substituto, Fernando Luiz Albuquerque Faria, e destaca que o regime foi amplamente analisado pelas áreas jurídicas do governo e atende às exigências legais impostas pela Constituição. A AGU argumenta que “boa parte dos países que realizaram esses eventos, inclusive os ditos de primeiro mundo, excepcionalizaram o seu regime de licitações e contratações”.

O RDC foi incluído na Medida Provisória 527, que cria a Secretaria de Aviação Civil e se transformou no primeiro teste para Ideli Salvatti, que vem tratando dos temas desde o fim de semana. Os dois assuntos dão munição para a oposição. “PT quer privatizar aeroportos pela MP 527. Somos a favor! O governo federal é incompetente, não consegue acabar com o caos aéreo. Agora o PT terá que se explicar. Na campanha era contra privatização, atacou nosso candidato, mas agora é a favor? Qual Dilma Rousseff/PT acreditar? a favor ou contra as privatizações que permitiram, por exemplo, a expansão da telefonia?”, escreveu o líder do DEM, ACM Neto, em seu Twitter.

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