Rubens Paiva: Câmara vai colaborar com investigações

Compromisso ficou acertado depois que o presidente da Casa, Henrique Alves (PMDB-RN), recebeu do coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Pedro Dallari, o relatório preliminar sobre o desaparecimento do parlamentar durante a ditadura; intenção foi envolver o Legislativo no caso para tentar ouvir novamente o general José Antônio Nogueira Belham, apontado como um dos autores do crime

Compromisso ficou acertado depois que o presidente da Casa, Henrique Alves (PMDB-RN), recebeu do coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Pedro Dallari, o relatório preliminar sobre o desaparecimento do parlamentar durante a ditadura; intenção foi envolver o Legislativo no caso para tentar ouvir novamente o general José Antônio Nogueira Belham, apontado como um dos autores do crime
Compromisso ficou acertado depois que o presidente da Casa, Henrique Alves (PMDB-RN), recebeu do coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Pedro Dallari, o relatório preliminar sobre o desaparecimento do parlamentar durante a ditadura; intenção foi envolver o Legislativo no caso para tentar ouvir novamente o general José Antônio Nogueira Belham, apontado como um dos autores do crime (Foto: Gisele Federicce)


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Carolina Gonçalves – Repórter da Agência Brasil

A Câmara dos Deputados vai ajudar nas investigações sobre o desaparecimento do corpo do deputado federal cassado Rubens Paiva. Preso pelo regime militar em janeiro de 1971, desde então, Paiva nunca mais foi visto. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse hoje (18) que é preciso apenas que os líderes decidam se os trabalhos serão conduzidos por comissões permanentes ou por uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) criada especificamente para tratar do assunto. A expectativa é que a decisão seja tomada em reunião na tarde de hoje (18).

O compromisso ficou acertado depois que Alves recebeu do coordenador da Comissão Nacional da Verdade (CNV), Pedro Dallari, o relatório preliminar sobre o desaparecimento do parlamentar. A intenção de Dallari foi envolver o Legislativo no caso para tentar ouvir, novamente o general José Antônio Nogueira Belham.

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Apontado como um dos autores do crime, Belham negou envolvimento no caso no primeiro depoimento prestado na CNV, mas análises de documentos administrativos revelaram contradições entre os registros e as declarações do general, como o fato de que ele estaria de férias no período. Belham, que hoje mora em Brasília, recusou-se a prestar outro depoimento ou a fornecer mais informações sobre o caso.

"Com a mobilização da Câmara, espero que o general se sensibilize porque esse assunto já extrapolou a esfera do direito", disse Dallari. Ele ressaltou que o principal resultado dessa investigação conjunta será a descoberta do local onde o corpo de Paiva foi deixado.

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Belham e o tenente Antônio Hughes de Carvalho foram apontados pela CNV como responsáveis pela morte e ocultação do cadáver de Rubens Paiva. Os integrantes da comissão concluíram há quase um mês as análises de documentos e testemunhos.

O general Belham era comandante do Destacamento de Operações e Informações (DOI), onde Paiva esteve preso e, segundo relatos, foi alertado, mais de uma vez, sobre o risco de morte do ex-deputado, mas não tomou qualquer providência. Um dos depoimentos analisados pela comissão revelou que Amilcar Lobo, que na época era tenente-médico, atendeu Paiva na madrugada do dia 21 de janeiro de 1971 e constatou hemorragia abdominal, por ruptura hepática. Mesmo com a recomendação médica, ele não foi hospitalizado.

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O deputado Vieira da Cunha (PDT-RS) lembrou que o golpe militar ocorreu há quase 50 anos e que muitos fatos ainda não foram esclarecidos. "É uma dívida que o país tem com a nossa e com as futuras gerações. A Comissão da Verdade tem elementos suficientes para concluir que ele [o general] sabe a verdade, e é dever dele declarar onde está o corpo de Rubens Paiva. Não podemos obrigá-lo a falar, mas podemos convidá-lo e espero que ele colabore", disse

Rubens Paiva era deputado pelo PTB e foi cassado após o golpe militar de 1964. O ex-parlamentar ficou exilado por um período e quando retornou ao Brasil, em 1971, foi preso e transferido para o DOI. Paiva morreu no dia 21 de janeiro.

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