RR sobre FHC: “O príncipe é inimputável”
O boletim econômico Relatório Reservado ironiza, em nota divulgada na edição desta quarta-feira 10, a manifestação do ex-presidente FHC, somente agora, sobre uma notícia que vem sendo especulada pela mídia desde 2003: a posse de um apartamento em Paris; "O príncipe é inimputável em relação ao domínio do fato. Tudo cabe na renda auferida pelo já lendário semideus", diz a nota, em "defesa" do tucano
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247 - A edição desta quarta-feira 10 do boletim econômico Relatório Reservado publicou um texto irônico sobre a negação, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, depois de tanto tempo, de um boato que circula na mídia desde 2003. "O príncipe é inimputável em relação ao domínio do fato. Tudo cabe na renda auferida pelo já lendário semideus", diz trecho da nota, em "defesa" do ex-presidente tucano.
Um cidadão acima de qualquer suspeita
É preciso inocentar sempre Fernando Henrique Cardoso porque é preciso inocentar sempre Fernando Henrique Cardoso porque é preciso inocentar sempre Fernando Henrique Cardoso. E impedir que esse mar sépia amoral, ardiloso, morno, oleoso, devore sua sumidade da forma como tem feito com aqueles não principescos. FHC é uma legenda, e é preciso que não se questione a existência, o montante e o usufruto de sobras de campanha eleitoral que línguas ofídicas serpenteiam com ares de veracidade. Elas não existem e ponto final. É preciso que jamais se associe esses falsos recursos, desavergonhadamente tidos como expatriados, com sua suntuosa pied-à-terre na Avenue Foch, em Paris, sítio da alta nobreza detentora do capital, que teria sido adquirido por 11 milhões de euros. Muito menos aquiescer quanto às intrigas envolvendo a origem dos recursos levantados para a compra do seu apartamento na Rua Rio de Janeiro, em Higienópolis. FHC adquiriu o imóvel de 470 m2, até então pertencente ao banqueiro Edmundo Safdié, tão logo deixou o Planalto, no início de 2003. Segundo se divulgou à época, pagou cerca de R$ 1,5 milhão. Há pouco mais de seis meses, antes da queda dos preços no mercado imobiliário, o apê estaria avaliado na casa dos R$ 5 milhões.
Se, por acaso, o mestre dos mestres vier a comprar o apartamento aventado na Zona Sul do Rio – são três quartos e uma grande sala com espaço para biblioteca, é claro – é preciso esclarecer que não há nada demais. O merecimento do sibarita tisna nuvens rosnentas de má-fé. E que os céus despejem raios e trovões caso a gentalha queira chamar de "Lava Pouso" a tênue relação de vizinhança com a Camargo Corrêa, dividida por uma pista de decolagem construída pela maculada empreiteira e que atende pouquíssimas vezes às prioridades de transporte aéreo privado do sociólogo, quando ele desfadiga, com todo direito, em sua estância em Buriti, Minas Gerais. Trata-se de uma fazenda comprada em sociedade com o falecido amigo Sérgio Motta. Portanto, antes que venham com o fel dos mal nascidos, saibam que cabe a "Serjão" toda a responsabilidade pela escritura. O príncipe é inimputável em relação ao domínio do fato.
Tudo cabe na renda auferida pelo já lendário semideus. E que ninguém sequer acuse a intenção de transferência de provento do Instituto FHC, régia fundação mantida pelo baronato empresarial, para o gasto próprio – e, se assim fosse, ninguém teria nada com isso porque a instituição é de caráter privado e "Ele" pode fazer o que lhe aprouver. Por isso e ainda mais, é preciso defender sempre Fernando Henrique Cardoso. É preciso defender Fernando Henrique. É preciso.
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