Rio: Chacina da Chatuba impõe questão da paz nas eleições

Repercussão nacional da morte bárbara de seis jovens na comunidade de 50 mil pessoas, em Mesquita, na Baixada Fluminense, redesperta atenções para tema da segurança; região vivia sob pressão de aliança tácita entre políticos ligados ao jogo, como o ex-prefeito de Nilópolis Farid Abrão, e chefetes locais; violência política na disputa por Prefeituras e Câmaras já fez 23 vítimas no Estado do Rio este ano

Rio: Chacina da Chatuba impõe questão da paz nas eleições
Rio: Chacina da Chatuba impõe questão da paz nas eleições (Foto: Edição/247)


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247 – Alcançou repercussão nacional a chacina de seis jovens em Mesquita, na segunda-feira 10, brutalmente assassinados, após serem torturados, na região da comunidade da Chatuba. O caso motivou o deslocamento de 250 policiais militares para a comunidade, apoiados por blindados da Marinha, e a provável decisão do governo do Estado de instalar no local uma UPP – Unidade de Polícia Pacificadora, com funcionamento 24 horas ao dia e presença reforçada da PM. Até a manhã desta quarta-feira 12 haviam sido efetuadas 19 prisões em torno da investigação do caso. A secretária nacional dos Direitos Humanos, Mária do Rosário, afirmou que os crimes não podem ficar impunes (leia aqui).

A chacina da Chatuba deverá ter forte reflexos na eleição municipal em curso. Isso porque um dos candidatos a prefeito de Mesquita, Farid Abrão, do PDT, é visto como um dos senhores da área. Na comunidade em que vivem cerca de 50 mil pessoas, até aqui só era possível fazer campanha eleitoral, panfletagem e exibir cartazes políticos do próprio candidato. Irmão do contraventor Anísio Abrão David, Farid foi prefeito da vizinha Nilópolis e é visto como o político dominante na Chatuba. Ele compareceu ao enterro dos jovens para se solidarizar com as famílias das vítimas. Segundo moradores, máquinas de vídeopoquer como as que são exploradas, segundo a polícia, pela família Abrão Davi, são equipamentos comuns nos bares do bairro. Comenta-se que existe uma aliança tática entre os patrões do jogo e os chefetes locais. A questão da paz e da segurança entrou, definitivamente, na campanha de Mesquita.

Levantamento do jornal O Globo aponta para nada menos que 23 crimes políticos em torno das eleições  municipais deste ano. Na noite da segunda-feira 10, o candidato a vereador pelo PMDB de Cachoeira de Macacu, Sandro Maurício de Souza Paulo, foi assassinado a tiros diante da residência dele. Ele havia relatado pressões de adversários locais para que desistisse de concorrer. Nada foi roubado, o que leva a polícia a suspeitar de crime político. Na véspera, em Nova Iguaçu, candidatos eleitorais do candidato a prefeito e deputado federal Nelson Bornier, também do PMDB, foram atacados a pauladas quando faziam campanha dentro de uma comunidade local. Dias antes, em Itaboraí, um carro da campanha do candidato a prefeito Helil Cardozo, igualmente do PMDB, foi alvejado com sete tiros. Em resposta, ele comandou, no feriado de sete de setembro, uma passeata pela paz que reuniu mais de quatro mil pessoas, todas vestidas com roupas brancas, que tomou a principal avenida da cidade.

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