Residencial Aluísio Azevedo

Chega de opinião e provocação barata. O negócio agora é grana, e da braba: que tal um cortiço sustentável de luxo?



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Acabou a brincadeira. Chega de opinião e provocação barata. O negócio agora é grana, e da braba. A ideia é boa. E você pode participar disso. Uma sociedade, que tal? Talvez o nobre sócio ainda não saiba, mas está sendo erguido em Brasília o último setor do abençoado Plano Piloto. Lucio Costa, Oscar Niemeyer, aquela coisa, sabe? Pois bem, o Setor Noroeste é tão quente, mas tão quente que, mesmo antes da chegada de qualquer aparelho público ou infraestrutura, já se vendia quitinetes de R$ 500 mil por lá. Meio milhão de reais por 30 metros quadrados.

Eu sei, quem diabos vai morar numa quitinete de R$ 500 mil? E o aluguel? Também me perguntei essas coisas e, para não ficar sem resposta, fui atrás dos corretores da capital federal. Eles dizem que dá, que tem gente para pagar. Até porque o que vale oficialmente a partir de agora em Brasília é a localização.

Pois bem, como tem gente interessada em morar no centro da cidade mesmo que seja num quartinho, aí vai a proposta: que tal um cortiço? Mas um cortiço de luxo. Sustentável. A gente segue a escola Sérgio Naya, João Romão, tudo baratinho, e põe o preço lá em cima. Já tem gente em Brasília fazendo isso. Aí é só escolher um nome pomposo, tipo Residencial Aluísio Azevedo, que a coisa está garantida.

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Não é caso de apresentar o complexo habitacional como um cortiço, pra não assustar. Digamos que é um novo conceito em morar: um resgate da vizinhança que se conhece e se ajuda. E sem a necessidade daqueles encontros desconfortáveis no elevador, porque só usaremos escadas, a verdadeira maneira de se exercitar e levar uma vida saudável.

Melhor: sustentabilidade é o mote para a constante expansão do empreendimento. Nada de academia; os exercícios serão feitos da forma mais natural possível. Os moradores pagarão uma mensalidade para, erguendo sacos de cimento e empilhando tijolos, manter o corpo em forma e diminuir o consumo de energia.

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"E onde vamos construir esse monumento ao lucro?", você me pergunta. Bem, de fato a região já foi toda tomada por construtoras e indígenas, mas se existe uma tradição no Distrito Federal é a invasão de terras. É chegar, ocupar e construir. Depois a gente se entende com o Estado e regulariza. Plano é perfeito, hein? Só falta a sua grana. Topa?

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