Reitor monta equipe de inteligência na USP

Esta semana foi a primeira de trabalho dos trs coronis da PM contratados por Joo Grandino Rodas; entidades de classe anunciam nova guerra; uma delas, a Adusp, recebe interpelao judicial da reitoria por ter se manifestado na mdia

Reitor monta equipe de inteligência na USP
Reitor monta equipe de inteligência na USP (Foto: DIVULGAÇÃO)


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247 - Famoso por ter implantado na Universidade de São Paulo (USP) um esquema nazista de perseguição a alunos, o reitor João Grandino Rodas anuncia agora a militarização do campus da Cidade Universitária, na zona oeste de São Paulo. Já começou a trabalhar, neste mês de abril, no campus, Luiz De Castro Júnior, policial militar reformado que agora passa a ser o todo-poderoso responsável pela administração da segurança em todos os campi da USP. A decisão de Rodas acentua a já antiga crise entre os alunos e a Reitoria.

Recém-criada por Rodas, a Superintendência de Segurança passou a ser responsável pela administração da segurança patrimonial e pessoal dos campi, e o coronel Castro, recém-nomeado, passa a acumular os cargos de chefia da Guarda Universitária e de fomentador das ações ostensivas e de inteligência da PM na universidade.

O problema da nomeação de Luiz de Castro Júnior e outros dois coronéis da PM para cargos na USP toca também numa questão ética, tema ao qual o reitor João Grandino Rodas tanto preservou na sua carreira de advogado: as nomeações não passaram pela aprovação do Conselho Gestor do Campus. A explicação da USP veio através de um comunicado da assessoria de imprensa do reitor, para quem “a formação e a experiência nas áreas de policiamento comunitário e de direitos humanos do nosso superintendente de segurança foram fatores preponderantes nessa indicação”. O coronel Castro foi diretor de Polícia Comunitária e de Direitos Humanos da PM paulista. Com esse pedigree, a Reitoria da USP achava que o passado ligado aos direitos humanos poderia atenuar a nomeação do militar. A Reitoria, no entanto, não contava com o fato de as três maiores entidades de classe da USP, Sintusp, Adusp e DCE terem rechaçado a nomeação de um militar, mesmo com esse passado na militância em prol dos direitos humanos.

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Resolução publicada pelo Conselho Universitário no dia 27 de fevereiro passado estabeleceu que “cabe à Superintendência de Segurança planejar, implantar e manter todas as atividades de interesse comum relacionadas à segurança patrimonial e pessoal no âmbito na universidade”. Magno de Carvalho, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP, já disse que a universidade, graças ao reitor Rodas, está a um passo da militarização e que a USP vive “num fascismo igual ao dos piores momentos da ditadura militar”. Já a clássica Associação dos Docentes da USP estabeleceu que a nomeação do militar “ao invés de reforçar o caráter civil, comunitário e democrático da Guarda Universitária, dando-lhe as condições materiais e intelectuais necessárias ao cumprimento de suas tarefas, a Reitoria acentua, com essa nova medida, o processo de militarização do espaço acadêmico”.

Rodas também passou a atacar a comunidade uspiana com ações judiciais: no último dia 2 de março o reitor anunciou que passaria a interpelar judicialmente a Adusp em decorrência de declarações feitas pela entidade ao jornal O Estado de S. Paulo em sua edição de 25 de fevereiro passado. Na reportagem a Adusp questionava a forma de gerenciamento das verbas da USP.

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