"Recado pedagógico contra transfobia', diz Duda Salabert sobre decisão da Justiça contra bolsonarista Nikolas Ferreira
Para a deputada, pagamento de indenização imposto pela Justiça mostra "avanço, do ponto de vista jurídico, na garantia à dignidade de pessoas travestis e transexuais"
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247 - A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) disse que a vitória judicial que obteve contra o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) em função de um discurso transfóbico feito pelo parlamentar na tribuna da Câmara representa um “recado pedagógico" contra a transfobia. O discurso preconceituoso do bolsonarista foi feito no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher.
Salabert, uma das das duas primeiras parlamentares transexuais do Brasil, avalia que os as falas transfóbicas de Nikolas não devem ser vista como parte do debate político, já que ele "se esquiva da grande política e usa o Parlamento para agredir pessoas transexuais".
Questionada pelo jornal O Globo sobre o pagamento de uma indenização no valor de R$ 80 mil imposta pela Justiça ao deputado Nikolas Ferreira, Salabert ressaltou que o fato “mostra que o Brasil tem avançado, do ponto de vista jurídico, na garantia à dignidade de pessoas travestis e transexuais, historicamente alijadas das políticas públicas. Quando sai uma decisão como essa, há um reconhecimento do respeito. Ele (Nikolas) fala mais da pauta trans do que eu, mulher transexual”.
Ainda segundo ela, “não há embate político meu contra ele porque ele nunca debateu comigo grandes temas estruturais da sociedade, como a evasão escolar, crise climática ou políticas voltadas para a primeira infância. Nikolas se esquiva da grande política e usa o Parlamento para agredir pessoas travestis e transexuais, disseminar falas preconceituosas.
O recado da Justiça tem um tom pedagógico, a fim de que ele possa corrigir esse comportamento”.
Na entrevista, Salabert disse, ainda, que apesar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter ampliado a diversidade no primeiro escalão do governo, é preciso que haja uma expansão em outras áreas, como no Judiciário.
“Democracia pressupõe não só uma diversidade partidária ideológica, mas também hereditária. Seria interessante ter no STF mulheres negras, indígenas, travestis que estejam ancoradas nas lutas dos movimentos sociais”, disse a parlamentar sobre a vaga aberta pela aposentadoria do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski.
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