Quebrada, Samcil tem só até sexta para ser vendida
Operadora de sade tem 200 mil clientes; se no houver comprador para a carteira de usurios, ANS far a liquidao
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Rodolfo Borges_247, de Brasília – A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) encara como normal o processo de liquidação por que passa a Samcil. Procurada pelo Brasil 247, a ANS informou via assessoria de imprensa que, caso a Samcil não consiga encontrar um comprador para sua carteira de clientes até sexta-feira, a mesma será encaminhada para oferta pública, mas só poderá ser adquirida por uma operadora “economicamente saudável”. A agência esclarece que, na oferta pública, privilegia os interesses dos clientes da operadora em liquidação.
A ANS lembra que a possibilidade de garantir os direitos dos beneficiários só existe desde que a agência foi criada, em 2000. Antes da regulação, o beneficiário não tinha a quem recorrer e a operadora falida, qualquer compromisso com o futuro dos antigos clientes. Segundo a ANS, o processo de direção fiscal da Samcil, iniciado em janeiro, correu rápido - ele poderia ter durado até um ano – e não foi afetado pela morte de seu fundador e presidente, Luiz Roberto Silveira Pinto. Nova nota sobre o assunto deve ser publicada até o fim do dia.
Em entrevista concedida ao Brasil 247, o diretor adjunto da ANS, Leandro Fonseca, garantiu que não há crise sistêmica no setor de planos de saúde e que a saída de algumas operadoras do mercado é um processo natural e até salutar, pois mantém atuando apenas as empresas aptas a prestar o serviço. Das 1.422 operadoras médico-hospitalares e odontológicas do Brasil, 179 atuam sob regime de direção fiscal e 76 passam por liquidação, entre elas a Samcil. Somadas, as operadoras com problema representam 18% do setor de planos de saúde.
EMPRESA EM DECOMPOSIÇÃO - A Samcil é um dos planos de saúde mais antigos do País. O comprador de sua carteira de clientes, comenta-se no mercado, seria a Ampla Saúde, do grupo Amil. Embora a Samcil não se manifeste, são fortes os rumores de que o negócio deve ser fechado nesta semana.
Se a carteira da Samcil for vendida para a Ampla ou outra empresa, os usuários de seus planos poderão migrar para o novo plano sem qualquer carência, mas terão que se sujeitar à tabela de preços praticada pela compradora. Por outro lado, se a operadora pedir falência sem vender seus ativos, a ANS realizará um leilão de sua carteira.
Criada em 1960, a Samcil começou a enfrentar sérios problemas em decorrência da crise financeira internacional eclodida no segundo semestre de 2008, que levou muitos clientes pessoas jurídicas a cancelar planos de saúde. Por conta disso, a operadora viu encolher sua carteira de assistidos de cerca de 730 mil, em meados da década passada, para os atuais 198 mil. Desde o início do ano, a empresa, que perdeu cerca de 45 mil segurados entre janeiro e fevereiro, está sob intervenção branca da ANS.
A situação da Samcil se tornou ainda mais crítica com o suicídio de seu fundador e presidente, Luiz Roberto Silveira Pinto, de 74 anos, na segunda-feira 4 de abril (leia mais). Naquela mesma semana, fecharam as portas o Hospital Mauá, na Região do ABC Paulista, e o Hospital Panamericano, na zona oeste de São Paulo, onde Silveira Pinto dava expediente e foi encontrado morto. Além disso, a operadora anunciou à época a suspensão, por tempo indeterminado, do atendimento a 22 planos conveniados.
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