“Processo criminal é mais grave do que o impeachment”

Advogado Miguel Reale Júnior, autor de uma ação criminal contra a presidente apresentada hoje à Procuradoria Geral da República, diz que a petição que acusa a petista de crime contra as finanças públicas e de falsidade ideológica pelas chamadas "pedaladas fiscais" é ainda mais grave que o pedido de impeachment; "Esta ação de crimes comuns tem na verdade o mesmo efeito do impeachment, que é o afastamento da presidente de suas funções enquanto o processo é julgado, caso seja aceito. Portanto estão enganados aqueles que dizem que o PSDB voltou atrás", afirmou

Advogado Miguel Reale Júnior, autor de uma ação criminal contra a presidente apresentada hoje à Procuradoria Geral da República, diz que a petição que acusa a petista de crime contra as finanças públicas e de falsidade ideológica pelas chamadas "pedaladas fiscais" é ainda mais grave que o pedido de impeachment; "Esta ação de crimes comuns tem na verdade o mesmo efeito do impeachment, que é o afastamento da presidente de suas funções enquanto o processo é julgado, caso seja aceito. Portanto estão enganados aqueles que dizem que o PSDB voltou atrás", afirmou
Advogado Miguel Reale Júnior, autor de uma ação criminal contra a presidente apresentada hoje à Procuradoria Geral da República, diz que a petição que acusa a petista de crime contra as finanças públicas e de falsidade ideológica pelas chamadas "pedaladas fiscais" é ainda mais grave que o pedido de impeachment; "Esta ação de crimes comuns tem na verdade o mesmo efeito do impeachment, que é o afastamento da presidente de suas funções enquanto o processo é julgado, caso seja aceito. Portanto estão enganados aqueles que dizem que o PSDB voltou atrás", afirmou (Foto: Paulo Emílio)


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247 - O advogado e ex-ministro da Justiça de Fernando Henrique Cardoso, Miguel Reale Júnior, disse que a petição encaminhada à Procuradoria-Geral da República, e que acusa a presidente Dilma Rousseff de crime contra as finanças públicas e de falsidade ideológica, representa apenas uma mudança de estratégia, mas que o fim é o mesmo: tirar a petista do poder.

Para ele, que concedeu entrevista à BBC Brasil, a ação criminal tem ainda mais peso que o impeachment, mas que o último "virou palavra da moda". "Não foi um recuo. Foi uma questão de estratégia, de saber qual era o melhor caminho neste instante. Muito pelo contrário, o processo criminal é mais grave do que o impeachment", afirmou o jurista.

Segundo ele, a mudança de estratégia se deve à "complexidade e a chance de arquivamento de um pedido de impeachment", o que levou a opção por tentar enquadrar a presidente em uma ação por crime comum. "Por isso todos os partidos de oposição estão entrando nesta terça-feira com um pedido para apuração da responsabilidade da presidente da República por crime comum, que não tem o obstáculo de só poder ter ocorrido no mandato atual da presidente. Estamos falando das "pedaladas fiscais" como base da acusação nesta petição", observou.

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De acordo com Reale, "esta ação de crimes comuns tem na verdade o mesmo efeito do impeachment, que é o afastamento da presidente de suas funções enquanto o processo é julgado, caso seja aceito" e que "portanto estão enganados aqueles que dizem que o PSDB voltou atrás. Nós fizemos aquilo que é o mais aconselhável neste momento, até porque o impeachment não fica proibido de ser interposto, mesmo porque novos fatos estão ocorrendo a todo instante, com os novos desdobramentos dos depoimentos da Operação Lava Jato", justifica.

Conforme o jurista, não houve recuo na posição do PSDB em relação ao impeachment. "Não é um recuo. Muito pelo contrário, o processo criminal é mais grave do que o impeachment. Mas como isso ficou na cabeça das pessoas, vulgarizado, passou-se a achar que era uma coisa muito simples. Não é bem assim. Para começo de conversa, para o impeachment, é necessário ter-se o apoio de dois terços da Câmara e do Senado", explica.

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Reale diz que a ação contra apresidente Dilma "não se trata de algo político", mas de uma peça técnica, jurídica, fundamentada em laudos e pareceres do Tribunal de Contas da União (TCU). É uma petição muito consistente, e acho difícil que venha a ser arquivada pelo procurador", observou.

Reale diz que os movimentos sociais já estão adotando a questão criminal como a mais viável para apear a presidente Dilma do cargo e que é preciso que todos tenham mais informação sobre as diferenças da ação criminal e o impeachment. "Por que insistir num caminho mais difícil? Por que não deixar o impeachment para um momento em que haja mais elementos? O impeachment virou palavra da moda", disparou.

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"Eu acho que os movimentos de rua são importantes, mas também não são donos da verdade. Até porque eles têm várias reivindicações diferentes", completou.

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