Presidente da Riachuelo: esquerda estimula o 'nós contra eles'
Flavio Gurgel Rocha, presidente da Riachuelo e vice-presidente do IDV - Instituto para Desenvolvimento do Varejo, diz que, ‘para os partidos de esquerda, quanto mais radicalizados estiverem os conflitos, mais fácil justificar a hipertrofia do grande mediador que é o Estado’: 'É a lógica do "nós contra eles", que está presente na maioria das ações do governo, oferecendo desculpa para diversos insucessos em diferentes setores do Estado'
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247 – Para o presidente da Riachuelo, Flavio Gurgel Rocha, vice-presidente do IDV - Instituto para Desenvolvimento do Varejo, os partidos de esquerda estimulam a lógica do “nos contra eles”, “dos ricos x pobres”: “quanto mais radicalizados estiverem os conflitos, mais fácil justificar a hipertrofia do grande mediador que é o Estado’.
Leia aqui o artigo de Rocha sobre o assunto:
Vamos acabar com o "nós contra eles"
Para a esquerda, quanto mais radicalizados estiverem os conflitos, mais fácil justificar a hipertrofia do grande mediador que é o Estado
São tantos os conflitos que marcam a vida dos brasileiros atualmente que me animo a tratar do assunto a partir do meu próprio ambiente de trabalho. Estou convencido de que uma empresa privada, inserida em um cenário de livre concorrência, possa ser uma eficiente máquina de mediação de conflitos.
O sucesso de uma companhia está diretamente relacionado com sua capacidade de reduzir tensões naturais entre os chamados "stakeholders" --trabalhadores, patrões, investidores, fornecedores, clientes, comunidade e o meio ambiente.
Na ausência de um propósito compartilhado por todos esses atores, esses conflitos se exacerbam e o interesse individual tende a prevalecer. Em pleno século 21 é difícil aceitar a existência de um flá-flu entre pobres e ricos, por mais que esse seja o interesse de grupos políticos que chegaram ao poder.
Ao atingir uma missão compartilhada por todos integrantes de uma companhia privada, se aprende rapidamente que atingir o objetivo significa --entre outras coisas positivas-- maior bônus para os executivos, melhores reajustes de salários para os trabalhadores, mais dividendos para os acionistas e melhor proposta de valor para os clientes.
A Riachuelo tem o privilégio de ser orientada para um propósito que nos motiva e nos inspira: democratizar a moda para transformá-la em um instrumento de inclusão social.
Sabemos que o mundo da moda sempre foi excludente, elitista e até arrogante, mas faz parte do nosso cotidiano testemunhar a maravilhosa transformação das pessoas que são tocadas por essa magia. A moda é a ferramenta que temos para melhorar a vida das pessoas, de fazer desabrochar a autoestima, de fazer as pazes com o espelho.
Se conseguirmos êxito em alargar a porta de acesso desse mundo mágico da moda, estarão garantidos os interesses e sonhos individuais de todos. Um propósito compartilhado é a mais eficiente ferramenta de solução de conflitos.
É difícil imaginar "eles" como os pobres e "nós", os ricos, eternamente ricos. Na origem de nossa empresa, há pouco menos de 70 anos, existe a história de um jovem sem nenhum patrimônio que saiu de Caraúbas, no interior do Rio Grande do Norte, fugindo da seca e que chegou à lista dos bilionários da revista "Forbes" pela força do seu trabalho e de sua inteligência (sem precisar fazer negócios com o governo).
Aprendemos a odiar a pobreza e a saber que o pobre de hoje pode ser o milionário de amanhã. Na livre iniciativa a mobilidade econômico-social está ao alcance de todos, sem nenhum conflito.
Para os partidos de esquerda, a lógica é diametralmente oposta. Quanto mais radicalizados estiverem os conflitos, mais fácil justificar a hipertrofia do grande mediador que é o Estado.
Para isso, em vez de buscar convergências, põe-se mais fogo nos conflitos. É a lógica do "nós contra eles", que está presente na maioria das ações do governo, oferecendo desculpa para diversos insucessos em diferentes setores do Estado.
Nas últimas semanas, especialmente desde as manifestações antigoverno de 15 de março, foram publicados na imprensa vários artigos inflamados acerca do acirramento do ódio entre ricos e pobres. Onde há uma faísca de litígio, despeja-se um balde de gasolina.
Esse comportamento tem estimulado conflitos entre ricos e pobres, empregados e patrões, negros e brancos, sem-terra e ruralistas, heterossexuais e homossexuais, mulheres e homens e até entre filhos e pais. O acirramento tem me preocupado, mas, ao mesmo tempo, me animado a tentar entender como os conflitos são estimulados e o que podemos fazer para pôr fim a eles.
Desejo que meus filhos e netos recebam como legado um mundo e um país regido pela lógica serena e conciliadora da empresa privada e do livre mercado, e não pela sanha incendiária do "nós contra eles".
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