Por que a diferença entre o discurso e a ação?
A grande maioria da população tem boa noção do certo e do errado, mas não aplica na prática
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Outro dia desses fui responder a uma pesquisa e fiquei intrigado com as opções, pois claramente sabemos que a opção correta é a segunda, mas em geral fazemos a primeira.
Ao trocar uma lâmpada em casa, você desliga o disjuntor? Resposta 1: Não, afinal é só uma lâmpada. Resposta 2: Sempre desligo o disjuntor.
Você faz uso de celular enquanto dirige? Resposta 1: Às vezes, quando preciso agilizar minha vida. Resposta 2: nunca, celular e direção não combinam.
Depois de beber, o que você faz? Resposta 1: vai dirigindo e desvia das blitz da Lei Seca. Resposta 2: Toma um táxi, ônibus ou carona com um amigo que não bebeu.
Ao transitar por uma via expressa, o que você faz após passar pelo radar? Resposta 1: aumenta a velocidade para recuperar o tempo perdido. Resposta 2: continua na velocidade máxima permitida.
Você está atrasado e percebe que a porta do elevador está se fechando. O que você faz? Resposta 1: tenta impedir o fechamento com as mãos. Resposta 2: espera o elevador retornar.
Mas por que a diferença entre o discurso e a ação?
Pergunte a qualquer brasileiro se existe preconceito racial no Brasil. Quase que unanimemente, todos dirão que existe. Pergunte então: “você é preconceituoso?” O que vai ouvir é “claro que não, o que vale é o caráter, etc e tal”. É senso-comum que o preconceito existe, mas eu não sou preconceituoso, o meu vizinho é que é. E se perguntar ao meu vizinho, ele dirá o mesmo a meu respeito. E por aí vai. Pergunte se alguém acha certo jogar lixo na rua, ouvirá um sonoro não, mas por que então as ruas estão sempre sujas? São sempre os outros que jogam lixo nas ruas. Eu nunca ouvi ninguém elogiar o programa do Faustão, mas ele está há pelo menos vinte anos nas tardes de domingo da Globo (não deve ser porque ninguém assiste). Pouquíssimas pessoas admitem assistir telenovelas, muitas até quando querem comentar alguma passagem, dizem “eu não vejo novela não, mas ontem a TV lá em casa por acaso estava ligada e eu vi a cena tal”. Quem nunca ouviu uma historinha dessas?
A educação libertária pressupõe a busca da coerência entre o falar e o fazer, pois exemplos educam mais do que palavras. Que tal começarmos a pôr em prática nossos discursos?
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